domingo, 18 de fevereiro de 2007

PRECE DE UM PAI

Prece de um Pai

Dá-me um filho que seja bastante forte, para saber quanto é fraco, e corajoso, para se enfrentar a si mesmo quando tiver medo; um filho que seja orgulhoso e inflexível na derrota inevitável, mas humilde e manso na vitória.

Dá-me um filho cujo esterno não esteja onde deveria estar a espinha dorsal; um filho que me conheça e saiba conhecer-se a si mesmo.

Guia-o, eu TE suplico, não pelo caminho fácil do conforto, mas sob a pressão e o orgulho das dificuldades e dos obstáculos. Que aprenda a manter-se erecto na tempestade e a ter compaixão dos malogrados.

Dá-me um filho de coração puro e objectivos elevados; um filho que saiba dominar-se, antes de procurar dominar os outros; um filho que aprenda a rir, mas que não desaprenda de chorar; um filho que tenha olhos para o futuro, mas que nunca se esqueça do passado.

E depois de lhe teres concedido todas estas coisas, dá-lhe, eu TE rogo, compreensão bastante para que seja um homem sério sem, contudo, se levar muito a sério. Dá-lhe humildade, SENHOR, para que possa ter sempre em mente a simplicidade da verdadeira grandeza, a tolerância da verdadeira sabedoria, a pequenez da verdadeira força.

Então eu, seu pai, ousarei murmurar:
“NÃO VIVI EM VÃO”.

NOTA: Extraído de Aromas de Portugal, um texto que contém uma lição de vida para cada um de nós, embora já crescidos, para os nossos filhos e netos. Salienta os principais valores da vida em perfeito civismo.

2 comentários:

Savonarola disse...

Uma interessante lição moral. Há valores que se perderam nesta sociedade de consumo em que vivemos e um deles é o da Educação. Educar os filhos, transmitir-lhes valores positivos, isto é, valores que não sejam meramente consumistas, que construam o cidadão completo. O cidadão moldado pela noção do civismo. Quantos estão preocupados com isto?
Um abraço

A. João Soares disse...

Caro Amigo Savonarola,

Obrigado pela sua visita e pelo comentário. O mundo (nós) está alheado da defesa de valores éticos, patrióticos e humanitários, incluindo «família, humanismo, honestidade, respeito social e pelo próximo e por fim amor ao próximo no respeito dos Direitos Humanos». Poderá haver discordância quando à ordem prioritária, mas todos eles são veneráveis. Nestas página virtuais, devemos colaborar na evolução do mundo no sentido que consideramos mais humanamente positivo e construtivo.
Esto convicto de que o mundo melhora se cada um de nós, dentro do seu raio de acção, tomar uma pequena atitude positiva. Tal como água do ditado «água mole em pedra dura tanto bate até que fura».
Os valores positivos não morrem, mesmo que por vezes sejam esquecidos, isto é temporario.
A evolução da humanidade faz-se segundo o movimento sinusoidal, com altos e baixos. Estamos num baixo, mas a recuperação há-de vir trazida pela actual juventude ou pelos seus filhos. Não devemos perder essa esperança e devemos incentivar e aplaudir cada gesto positivo.
Não gosto de hostilizar ninguém e, nessa táctica, procuro enfatizar todos os aspectos positivos que surgem no horizonte e me pareçam positivos para o futuro da humanidade. A minha actuação é feita sem hostilidades, com macieza, suavidade, à chinesa, e sinto que estou a conseguir que as pessoas vão melhorando, a pouco e pouco. Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Temos a responsabilidade da colaboração que pudermos dar para melhorar o mundo. É certo que essa melhoria não será visível no dia imediato, mas, a pouco e pouco, será eficiente.
Cada um de nós é importante nesse sentido porque todos nós somos o mundo de que muitos falam na terceira pessoa. O mundo somos nós.
Temos de criticar o que está mal e devia estar melhor e elogiar os aspectos construtivos de uma sociedade mais sensível aos valores universais e permanente.
A educação e o ensino do civismo às crianças é uma obrigação inalienável dos pais e familiares, fundamental para o bom funcionamento da sociedade de amanhã
Um abraço
A. João Soares