terça-feira, 22 de maio de 2007

Governo quer controlo total dos cidadãos

Um despacho contra o direito à greve

Na actual fase deste campeonato político em que – mistério!... - todos os clubes ganham, embora só o governo some mais vitórias, ainda há situações que, pelo seu incrível, me continuam a espantar, não só como anarquista que me prezo de ser, mas também como cidadão de um “suposto” Estado democrático de tipo ocidental. Para que melhor possam compreender aquilo a que me refiro, sugiro que leiam esta notícia, que acabo de publicar hoje no meu Contra Corrente.

O Teixeira dos Santos, sim, o ministro das Finanças, publicou um despacho na página de internet da Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) que cria junto deste organismo uma base de dados, na qual os serviços da administração directa e indirecta do Estado – ou seja, todos os serviços do Estado – têm de passar a inscrever “dados sobre o número total de trabalhadores e o número total de trabalhadores ausentes por motivo de greve”. Espantoso, não é?

Nem vale a pena mencionar a indignação que esta medida arbitrária causou junto dos sindicatos e organizações sindicais. Directamente e sem qualquer vergonha democrática, o governo faz passar por “via administrativa”, aquilo que eu qualificaria da mais fascizante tentativa de controlo sobre o direito à greve a que assisti nestes últimos 33 anos de democracia! Vendo aproximar-se o dia 30 de Junho, para o qual está prevista a greve geral da Administração Pública - que contará com a adesão da esmagadora maioria dos sindicatos e organizações sindicais do sector - o governo pensa, desta forma, assustar, desmobilizar, acobardar, os trabalhadores através de um despacho. Um despacho, como aqueles que o Salazar adorava assinar.

(Publicado originalmente em
O Anarquista, a 18 de Maio de 2007)

posted by Savonarola
NOTA: Amigo Savonarola, actualmente, existe uma tendência para tudo controlar, amordaçando a população, em prejuízo do esforço que devia ser feito para melhorar a qualidade de vida dos cidadãos. Assim, em vez de sairmos da crise, iremos continuar a chapinhar na lama até sempre.

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