domingo, 30 de setembro de 2007

Partidos. Líderes e estratégia de governo

Luís Filipe Menezes está de parabéns, porque atingiu o seu objectivo de ser líder do seu partido. Porém, não há a certeza de que o partido e o país também mereçam ser felicitados.

Tal como no atletismo, os vencedores das corridas devem ser os mais capazes, os mais rápidos a chegar à meta e não aqueles que passam rasteiras aos competidores para estes se atrasarem, também na política devia haver a preocupação desportiva de mostrar aos eleitores a sua capacidade de aplicar estratégias, mais eficientes para desenvolver o País e granjear melhores condições de vida à população, através do ensino, da saúde, da justiça, do apoio a idosos, etc.

Mas a política não tem a lisura do desporto saudável e viril, utilizando, pelo contrário, a rasteira, a cilada, a traição, a calúnia, com uma frequência indesejável. Porém o País não beneficia com golpes baixos que acabam por trocar incompetentes por outros mais ou menos iguais. O País precisa, sim, de inovação, de formulação de novos caminhos para atingir os objectivos atrás referidos. E essas novas directrizes não se estabelecem com os pés assentes na miséria da guerrilha partidária, mas com a cabeça à altura dos valores éticos e sociais equipados com os melhores princípios morais da verdadeira democracia.

Não interessa que, em 2009, o vencedor nos traga mais do mesmo, como tem acontecido nas últimas décadas. É indispensável que a oposição, isto é, a capacidade de alternância democrática, seja inovadora, preparando as medidas necessárias para as circunstâncias previsíveis do futuro, ou mesmo para a preparação de um futuro diferente do presente. Nada adianta, como outros já fizeram, repetir citações de Sá Carneiro, que esteve correcto numa data já distante, muito diferente da hodierna. A actual oposição tem de criar um corpo de doutrina que lhe permita, no futuro, poder governar de forma coerente e eficiente e, antes, como oposição, ter capacidade para controlar o Governo e dialogar com ele no sentido de evitar que este cometa erros prejudiciais ao País e de decidir de forma correcta com vista a um País (população) melhor. Em vez e demolir os governantes com activa guerra psicológica, deve colaborar construtivamente no sentido do máximo benefício para os cidadãos. Estes acabarão por demonstrar a sua gratidão quando forem às urnas. As pessoas não são tão estúpidas e distraídas como os políticos querem fazer crer, nos seus discursos egocêntricos.

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