terça-feira, 25 de setembro de 2007

As minhas amigas gaivotas

Uma colaboração oferecida pela nossa colega e Amiga Adelaide que evidencia que a felicidade depende de coisas simples. Parabéns a quem se deleita com as coisas singelas da Natureza e as considera um presente para seu prazer

São três gaivotas lindas, brancas como a neve e manchadas de cinza claro, que me dão os bons dias todas as manhãs. Encontro-as empoleiradas no candeeiro em frente de minha varanda. Estamos, eu e elas, exactamente à mesma altura a partir do solo. Eu chego e digo "Olá belezas" e elas respondem à sua maneira: viram o bico para o céu, (em direcção ao Criador), esgoelam-se, e dão um grito como que a dizer-me também "Olá, bom dia". Depois, vaidosas, ensaiam os seus belos voos, asas bem abertas, cortam o céu a seu bel prazer. Encanto de se ver. Como dizia H. Thomas, que muito admiro pelos seus escritos, a natureza está cheia de milagres, nós os humanos é que não reparamos. Considero as minhas gaivotas mais um desses milagres. O grito que dão com o bico virado ao céu para me darem os bons dias, é muito diferente do tom de grito para me pedirem as migalhas a que as habituei. Já não viram o bico para o Criador mas para mim. Dão umas voltas, fazem-se rogadas mas, por fim, comem as migalhinhas, ao mesmo tempo que se debicam umas às outras, para protegerem o que acham que é delas por direito. Vou ter saudades das minhas gaivotas. Porquê? Porque vou mudar de casa e vou perde-las para sempre...

Adelaide - CVS / 23

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