segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Não se resignar

A apatia da generalidade da população não é benéfica ao desenvolvimento sócio-económico e cultura do País. Torna-se imperioso que se desenvolva a noção do direito e dever de cidadania, isto é, de os cidadãos contribuírem com as suas opiniões para evitar erros e abusos da governação e sugerirem pistas e rumos mais consentâneos com um futuro mais positivo.

Nesse sentido, Mário Soares apelou para o exercício do direito de manifestar a indignação. Também, mais recentemente, Cavaco Silva aconselhou a participar na vida pública evitando a resignação.

Há dias no blog Mentira era recordada a frase de Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA: «Quando o governo receia o povo, há liberdade. Quando o povo receia o governo, há tirania.»

Será que o nosso povo tem medo de represálias por emitir a sua opinião? Será que isso significa haver tirania?

Pelas palavras proferidas pela mais alta entidade nacional de há uns anos atrás e pela de agora, parece que se trata de uma moléstia crónica herdade e ainda não superada. Mas...

Não são tão raros como desejaríamos os casos que justificam o medo sentido pelo povo: Charrua, António Caldeira do «Portugal Profundo», Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, a repressão de manifestantes em Guimarães, a repressão de ontem em Montemor-o-Velho, etc.

Ontem, em Montemor-o-Velho os populares que não aplaudiram o primeiro-ministro foram isolados pela GNR que os rodeou com uma fita plástica tentando que permanecessem no local e procedeu à sua identificação, enquanto os que aplaudiam se podiam deslocar livremente.

Momentos antes da chegada de José Sócrates, elementos da Guarda Nacional Republicana retiraram aos sindicalistas uma faixa o que os levou a gritar palavras de ordem como "25 de Abril sempre! Fascismo nunca mais!".

Sócrates considerou que a manifestação era um insulto organizado pelo PCP, ao que Jerónimo de Sousa, reagiu com ironia: "bem gostaria" que os protestos contra o actual Governo socialista envolvessem apenas comunistas, já que seria um sinal de que teria "maioria absoluta" em próximas eleições. Realmente, a maioria absoluta não será certamente do PCP, mas dos descontentes a quem retiraram maternidades, escolas, centros de saúde, urgências, regalias a que tinham direito, das mães que deram à luz em Badajoz e nas ambulâncias de bombeiro, etc.

Parece que Thomas Jefferson ainda hoje tem razão!!!

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