segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Evite o cinzentismo. Defina-se. Ouse

Quase

Ainda pior que a convicção do não, é a incerteza do
talvez, é a desilusão de um quase!
É o quase que me incomoda, que me entristece,
que me mata,
trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou,
ainda estuda, quem quase amou, não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos
dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias
que nunca sairão do papel, por essa maldita mania de viver
no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna?
A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e
na frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na
indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz!
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir
entre a alegria e a dor.

Mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo,
o mar não teria ondas, os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.

O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma,
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é
desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão, para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo

De nada adianta cercar um coração vazio ou
economizar alma.

Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor
não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...Vivendo que esperando...
Porque, embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

( Luís Fernando Veríssimo )

NOTA: Recebido por e-mail da colega do CVS Quitéria Oliveira. Uma linda lição de vida mesmo para Seniores!!! Foi publicado noSempre jovens

2 comentários:

Camilo disse...

ÀS ARMAS!!!
(Está no Hino Nacional).

A. João Soares disse...

Camilo,
O seu grito é oportuno. Temos que aprender a ler o HINO Nacional e interpretar a sua letra à luz das realidades actuais. Quem são os canhões de hoje?
Na religião muita gente canta o Pai Nosso sem perceber a profundidade dos conceitos ali contidos. O mesmo se passa com o HINO, poucos o cantam e esses nem se preocupam por perceber as lições que dele devem tirar.
ÀS ARMAS!!!
Um abraço