quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Justiça lenta e…

O colectivo de juízes do Tribunal da Boa Hora absolveu os 35 arguidos envolvidos num pretenso plano criminoso de desvio de verbas do Fundo Social Europeu pela UGT.

O processo arrastou-se pelos tribunais durante 15 anos e só agora, após terem prescrito crimes de burla na forma tentada, é definitivamente encerrado. Na origem do processo, esteve a indicação do número de formadores diferente do que efectivamente cumpriu esta função e também a facturação de aulas práticas como sendo teóricas cujo subsídio era mais elevado.

E, no rescaldo destes 15 anos, é de lamentar que tenha havido custos elevados com o espaço ocupado pelos processos, o tempo perdido pelos juízes e funcionários judiciais e a mancha que caiu no bom nome e reputação dos 35 arguidos que possivelmente irão exigir, por isso, indemnização ao Estado, tendo este (todos nós) que a pagar.

É mais um caso que poderá, nas mentes menos habituadas à ineficácia da Justiça, dar razão ao «dito» de que em Portugal os crimes praticados por pessoas de colarinho branco ou que usam gravata ficam sempre impunes e citam, como excepção à regra, o caso do Dr. João Vale Azevedo.

O sistema precisa de ser tornado mais rápido, transparente e eficaz. Mas como? Os ocupantes das cadeiras do Poder estarão mesmo interessados numa Justiça verdadeiramente justa? E isto não é apenas deste Governo, mas tem sido característico de governos anteriores, isto é, da maneira de ser dos portugueses.

3 comentários:

C Valente disse...

Justiça não ouve, quando esta não é feita num tempo minimo admissivel, afinal quem é inocente, quem culpado, eu direi a Justiça dos tribunais
Saudações amigas com o desejo de paz e carinho

A. João Soares disse...

Caro C Valente,
Pôs o dedo na ferida. A rapidez, a oportunidade é essencial, tal como se treina um animal ou se educa uma criança, o prémio ou o castigo tem de ficar associado ao acerto ou erro que lhe deu origem.
Punir daqui ou absolver por 15 anos, perde significado, por o acto em julgamento já ter saído da memória dos próprios e de quem dele teve conhecimento.
E a demora só se deve a burocracias e manobras dilatórias inconcebíveis para quem está de fora e inexplicáveis por quem está lá dentro.
Um abraço e Feliz Nartal

SOS Miséria disse...

olá João venho desejar-te um Feliz Natal com muita paz, muita alegria e properidade. Voltarei para falarmos de "publicação de textos"
Abraço
Alda