terça-feira, 10 de junho de 2008

Autarca do PS critica Governo

Transcrevo da notícia referente à visita do Presidente da República a Viana do Castelo, as palavras ditas pelo Presidente da Câmara Municipal, que têm especial significado por se tratar de um militante do partido do Governo.

O presidente da Câmara de Viana do Castelo aproveitou a presença do chefe de Estado na cidade para avançar um pedido a Cavaco: combater "o crescente centralismo do aparelho do Estado" fazendo uso da sua "ampla legitimidade democrática de que está investido". Discursando na recepção ao Presidente, Defensor Moura criticou o "crescente centralismo do aparelho do Estado" que mesmo nos sectores onde ainda mantêm serviços, "vai minimizando progressivamente as atribuições e a autonomia de muitos profissionais, até ao total desaparecimento dos serviços".

Numa cerimónia que decorreu nos antigos Paços do Concelho, o autarca socialista foi mais longe nas críticas ao sistema político, afirmando não estar preocupado com um dos maiores motivos de preocupação de Cavaco: a participação dos jovens. Defensor Moura criticou as "profissionalizadas juventudes dos partidos", assim como "o clientelismo e o carreirismo com a ascensão sem mérito" que reflecte um "decadente sistema partidário".

O primeiro dos dois dias que Cavaco Silva dedica a Viana foi passado com várias incursões pelas ruas da cidade, sempre debaixo de flashes de cidadãos anónimos.

2 comentários:

Compadre Alentejano disse...

O PR foi infeliz. Falou no dia da raça... talvez fosse da raça de Castro Laboreiro...ou da raça Ariana?
Um abraço
Compadre Alentejano

A. João Soares disse...

Caro compadre,
Logo que lhe ouvi a palavra achei mal. Há palavras que podem ser interpretadas de diversas formas, mas que a certa altura, por um motivo de momento, tornam-se interditas porque se olha apenas para um dos significados. Raça ligada a racismo é coisa a eliminar. Mas até o termo racismo está mal empregado, porque no género humano não há raças, mas etnias!
De entre vários significados, o dicionário que tenho aqui diz: «4. Estirpe, geração, origem. 5. Rasto, sinal, 6. Raça, classe. 7. Variedade, espécie, jaez. 8. Qualidade boa ou má - Ser de má RAÇA = ser de má qualidade, ser ruim.»
Portanto, mesmo sem irmos para as liberdades poéticas, o termo raça, neste contexto não era tão despropositado como os críticos salientaram.
Mas, realmente uma pessoa com tais responsabilidades e exposição, deve ter muito cuidado com o que diz. Ele é cuidadoso, mas mesmo assim, teve azar.
Abraço
A. João Soares