quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A sociedade está em mudança

Ao analisar-se vários comportamentos de pessoas públicas, com maior visibilidade na Comunicação Social, nomeadamente de políticos que foram «bafejados» por enriquecimento rápido, na gestão de empresas públicas ou privadas com negócios com o Estado, é-se tentado a concluir que o dinheiro é o farol dessa gente ao qual tudo subordina. A sociedade em geral tem evidenciado que os valores éticos e morais têm sido postergados e dado lugar ao dinheiro e a tudo o que com ele se relacione.

Mas, felizmente, surgem no horizonte sinais de mudança com a esperança de que a juventude (que alguns dizem ser rasca) está a ver a miséria moral da vida da geração dos seus pais e pretende dar uma volta para a recuperação de valores que eram válidos e respeitados nos tempos da geração dos seus avós.

Há dias, foi aqui publicado o post «Já estamos na nova Era», que mostra existirem sinais de alterações que irão ser profundas e que irão muito além das tecnologias, indo ao âmago das convicções e dos comportamentos sociais. Poderá ser um remédio para o stress moderno, a vida em correria sem sentido racional, em que as pessoas se esfalfam para ganhar mais dinheiro e o esbanjam em actividades de ostentação que, em vez de criarem descontracção e felicidade, ainda aumentam mais a obsessão de dilatar a riqueza material. É o culto do TER em prejuízo do SER.

Muitas vozes se levantam a denunciar este estado de loucura e, felizmente, já estão a aparecer sinais muito positivos de que os jovens estão atentos à irracionalidade da vida actual, pensam e condenam os males existentes, concluindo que são eles os responsáveis pela vida de amanhã, a qual eles desejam ser melhor do que a de hoje. E deitam mãos à obra.

Escrevo isto, com convicção, com esperança na capacidade da juventude, como aqui já referi muitas vezes enfatizando os poucos mas significativos exemplos de valor. Hoje o artigo do DN «Alunos do superior põem carreira aliciante à frente do vencimento» diz que, num inquérito a alunos do Ensino Superior, 41,4% dos 11 639 alunos inquiridos apontam como determinante para a prossecução dos estudos o propósito de adquirir conhecimentos que permitam uma carreira aliciante, enquanto apenas 8,4% o fazem apenas para conseguir emprego com um bom salário. É gratificante para quem alimenta esta esperança verificar serem aspectos morais de bem-estar e felicidade os principais factores na decisão de quem ingressa nas universidades e institutos politécnicos.

Oxalá estas conclusões do primeiro estudo sobre a Avaliação Nacional da Satisfação dos Estudantes do Ensino Superior desenvolvido em Portugal venham a corresponder inteiramente a uma reabilitação de valores que têm sido ignorados por aqueles que arrastaram o mundo para a actual crise financeira e para a falência de inúmeras empresas que deixaram milhares de desempregados.

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro João,
Espero bem que o BOM SENSO venha a imperar na gente nova, pois só assim poderemos ter um PORTUGAL MELHOR!
Estou farto deste "NOVO RIQUISMO" que se tem vivido e que a nada leva ou melhor leva-nos a esta crise em que vivemos.

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Na Natureza tudo evolui em plena transformação, segundo um movimento sinusoidal, bem visível na sucessão das estações do ano. Aos altos e baixos, subidas e descidas, como os alcatruzes da nora.
Oxalá seja este o momento do início de uma reflexão honesta que leve à recuperação do bom senso, que gere a NOVA ERA bem estruturada para aumento do bem-estar e do progresso da moral, da ética, da dignidade das pessoas.
E os estímulos para a mudança estão à vista. Basta tirar o máximo proveito da actual crise que coloca em cheque o novo riquismo, a loucura pela ostentação, pela competição em coisas secundárias, sem nível social e humano.
É preciso acabar com a impunidade dos políticos e dos ricos desonestos, com procura da visibilidade nas televisões com atitudes de vendedores de banha da cobra, com publicidade enganadora, com o marketing desonesto, com o olho no lucro explorando o consumidor inocente, com o crime violento mal punido, com o abandono das vítimas exploradas por todos os lados, etc. etc.
O ser humano mantém no fundo os valores necessários para a mudança, os JOVENS não são inferiores aos de outrora e serão capazes de se esmerar para restaurar Portugal, o mundo, toda a humanidade.
Em vez de guerras haverá negociações e acordos, em vez competição entre os partidos haverá colaboração para um futuro melhor de Portugal e a comparação não será através de insultos mas sim na apresentação de melhores ideias para a construção do amanhã.
Poderão chamar utopia a estas ideias, mas elas estão ao nosso alcance e os JOVENS estão a aperceber-se disso e irão fazer um Portugal digno, ao nível dos melhores, quanto a honestidade e boas decisões.
Um abraço
João