sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Escândalo da «campanha negra»

Transcrição de notícia da TVI, com NOTA no final.

Processo «Cova da Beira» parado há mais de um ano

O caso, com acusação deduzida, remonta a 1999 e implica José Sócrates e António Morais.

O processo «Cova da Beira» nasceu de uma denúncia anónima que dava conta que José Sócrates, na altura secretário de Estado do Ambiente, teria recebido dinheiro para aprovar a construção de um centro de tratamento de lixo na Cova da Beira.

Em causa, segundo despacho do Ministério Público estariam 300 mil contos, sendo que metade do valor se destinava ao actual primeiro-ministro. Neste caso há no entanto mais três nomes envolvidos, um dos quais António Morais, ex-professor de Sócrates acusado lado a lado com a ex-mulher de corrupção activa e branqueamento de capitais no licenciamento do aterro através do seu gabinete de engenharia.

A acusação pública foi deduzida há ano e meio, mas embora as actuais regras do segredo de justiça permitam tornar o caso público, o processo em que o primeiro-ministro chegou a figurar como suspeito continua fechado a sete chaves. O caso está agora em fase de instrução e qualquer pedido de consulta tem sido negado sob o pretexto de que não se vislumbra interesse público na consulta de dados.

António Morais terá invocado o antigo Código de Processo Penal para se opor à publicidade do processo durante a instrução. O pedido foi aceite, muito embora a data ainda já vigorasse o novo código, curiosamente aprovado por socialistas.

NOTA: Os próceres do PS, a começar por Santos Silva, não devem cruzar os braços, não podem parar de «malhar» nos autores da «campanha negra», das «insinuações» das inventonas para o «assassinato pessoal, moral e político» de um cidadão, humilde, competente, dedicado ao País, que tudo sacrifica para melhorar as condições de bem-estar de muitos portugueses. E seja-me permitido sugerir aos próceres, tão perturbados com a campanha, que ordenem à Justiça que esclareça depressa este caso e os outros, a fim de acabar com suspeitas, desconfianças e insinuações demolidoras. Abram ao público as contas bancárias, a relação de bens, para que não fiquem dúvidas. As eleições estão à vista e não devem permitir que esta degradação da imagem continue a agudizar-se. Portugal precisa de pessoas dignas à frente dos seus destinos.

Como diz Nuno Rogeiro no JN de hoje, «os chefes dos governos, presidentes da república, ministros e secretários de Estado são servidores do povo. Por outras palavras, Brown, Sarkozy, Zapatero e Sócrates trabalham para nós. Aquilo que possuem à sua disposição, em bens materiais pagos pelo "patrão" soberano, serve apenas para que possam cumprir, com dignidade, as suas funções.»

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