terça-feira, 3 de março de 2009

CART 566-RAP 2, por Viçoso Caetano


Dado que fui convidado
Pelo vosso Capitão
Aqui estou muito honrado
Com tão grande distinção
Que agradeço penhorado
Com uma ponta de emoção.

Sou só mais um entre vós
P´ra vos dizer viva voz
Aquilo que bem sabeis
- P´ra que sempre recordeis –
Pois que tudo mereceis.

Militares do meu País
- (Porque o destino assim quis) –
Vós fostes dele a raiz.
Quando olho e vos contemplo
Eu vejo em vós o exemplo
Da coragem e valentia
Que no vosso peito ardia
Da 566 Companhia
Da Arma d´Artilharia
Lá da Serra do Pilar
- (Onde se formou um dia) –
Para depois embarcar
Cabo Verde, Ilha do Sal
E aí se fixar.

Depois outra ordem veio
E lá fostes mar acima
- (Contratorpedeiro Lima) –
Arrostando a tempestade
Que vos bateu forte e feio
- (Mesmo sem dó nem piedade) –
Mas não vos quebrou a Fé
Nem vos esmoreceu a vontade.
- (Só angústia de permeio) –
P´ra aportardes finalmente
Sãos e salvos na Guiné.

E aqui foi o Olossato
Onde nunca entrara gente
Só havia Céu e mato.

“Bravos e Sempre Leais”
Destes tudo e muito mais
Do que a Pátria vos pedia
Em actos de heroicidade
Grandes na simplicidade
Que a qualquer ufanaria.
Mereceis toda a honraria!

Deus sabe que isto é verdade
E na sua majestade
Vos há-de pagar um dia.

P´ra terminar faço um voto
- (Que me sai do coração) –
Eivado de nostalgia:
Que Deus guarde o Capitão
Que Deus guarde a Companhia
Como eu vou guardar p´ra sempre
A lembrança deste dia.

NOTA: Aqui fica o último poema desta remessa que o Adry me entregou. Espero mais! Caro Vic, ao ler estas palavras sentidas de um convidado pelo comandante, senti-me soldado desta Companhia a recordar com os companheiros e suas famílias os melhores momentos de camaradagem e bom convívio. Sim, só esses, porque os momentos de dor e sofrimento próprios dos riscos e perigos quew correram não são para reviver na memória.
Embora não tenha sido soldado da Cart 566 e agradeço os teus belos contributos para dares brilho a este espaço humilde e discreto.

Sem comentários: