quarta-feira, 20 de maio de 2009

Alguns não gostam da verdade

Do estudo da história da antiga Grécia ficam na memória nomes como Sócrates, Aristóteles, Platão e outros que por gostarem de saber, de conhecer a verdade, foram designados por filósofos. E tal apetência para desvendar dúvidas e esclarecer curiosidades, a ciência foi sendo aprofundada, originando tecnologias cada vez mais desenvolvidas de que a humanidade tem colhido benefícios de inovação e modernidade. Porém, no meio de algumas sociedades mais retrógradas, há quem pretenda viver na sombra, na escuridão, nas trevas da ignorância, com medo da luz como toupeiras e vampiros.

Essa incongruência é notória entre os políticos portugueses em que uns pretendem esclarecer, tirar dúvidas evitar suspeitas, iluminar o campo de batalha, enquanto alguns detestam a verdade, pretendendo os boatos e as dúvidas que causticam nomes que deviam ser honrados e respeitados mas que ficam denegridos com o fumo que os encobre.

As notícias angustiantes sobre o desemprego e os «erros» de estatísticas são demasiado abundantes, sendo de salientar os seguintes títulos: «PS inviabiliza ida do presidente do Instituto do Emprego à Assembleia da República», «Cavaco Silva reconhece "grande aumento" nos números do desemprego», «BE garante que recente “apagão” de desempregados não é caso único», «BE acusa PS de "recusar esclarecimentos" e ter "delírio persecutório"».

Também sobre a proposta audição do presidente do Eurojust há quem tenha medo do esclarecimento e prefira que a opinião pública continue a navegar nas dúvidas, suposições, suspeitas, boatos, insinuações, como se deduz dos seguintes títulos: «Eurojust fora das investigações do Freeport», «Eurojust diz não ter sido notificado de decisão do PGR», «PSD culpa Governo por afastamento do Eurojust da investigação do Freeport», «CDS-PP insiste em ouvir Lopes da Mota no Parlamento»

Entretanto o PR na recente «Mensagem do Presidente da República à Assembleia da República» sublinha a vantagem para a democracia do «estabelecimento de compromissos na definição das regras que assegurem o seu funcionamento, como é o caso da liberdade de informação e da regulação da comunicação social». Refere também a «importância de um amplo consenso interpartidário em matéria de regulação da comunicação social». E «aconselha uma atenção especial relativamente a matérias de particular relevância para a qualidade da nossa democracia plural e para a salvaguarda do Estado de direito».

Em consonância com estas palavras do PR, já aqui tinha sido sugerido, por outros termos mais plebeus, a conveniência de haver um «Código de bem governar» que levasse a comportamentos de consensos e de compromissos em decisões com repercussões para além de uma legislatura a fim de evitar o faz e desfaz como por vezes acontece e de que resultam prejuízos por vezes graves para o País.

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Os "filósofos" dos nossos (des)governantes são "peixes de águas turvas" para assim conseguirem sobreviver na opacidade dessas águas. Só assim podem escapar às redes que os colocariam no seu devido lugar, que era no "frigorífico" para aí ficarem congelados definitivamente!!! Assim todos eles fogem da verdade como o diabo da cruz.... Há que acabar com eles quanto antes pois de outra forma são eles a acabar com Portugal!

A. João Soares disse...

Luís
Quem tem medo da verdae?
Só quem não a pode confessar e por isso evita que os outros a sabem? Uma pessoa honesta não receia que se conheça a sua conta bancária, não exige pagamentos em «dinheiro vivo», não pressiona a Justiça. Uma pessoa honesta deeja a justiça e quer que ele funcione, com liberdade e independência, para poder ser justa e rápida.
Esquecem que «a Verdade é como o azeite, vem sempre à tona». O mal do País, é que enquanto ela não se sabe eles vão delapidando os recursos nacionais, em seu próprio benefício e em prfejuizo dos portugueses.

Abraço
João