domingo, 10 de maio de 2009

A arte de comunicar

Um cego, já de idade, estava numa das ruas do jardim sentado e encostado ao murete do canteiro. Ao lado tinha uma lata vazia de refrigerante e um letreiro

SOU INVISUAL
AJUDE-ME

Um jovem técnico de publicidade passou e uns passos adiante parou e voltou atrás. Debruçou-se e , nas costas do letreiro, escreveu uma nova frase. Entretanto o cego tacteou-lhe os sapatos para o identificar.

A seguir as moedas caíram na lata com frequência e ao fim da tarde já somavam boa quantia que tornavam o cego mais satisfeito.

O mesmo jovem, à saída trabalho em direcção a casa, passou por ali e perguntou ao cego como tina decorrido o dia e ele, depois de o identificar e lhe contar quanto recebeu de esmola, perguntou que alteração fez no letreiro .

O jovem respondeu que escreveu no verso:

ESTÁ UM DIA LINDO
E EU NÃO POSSO VÊ-LO

4 comentários:

Anónimo disse...

Os grandes teóricos da gestão acreditam que cerca de metade dos problemas de uma organização se podem resolver com uma comunicação eficaz. Agora imaginemos na política...

Luis disse...

A arte de comunicar tem sido utilizada em Portugal para enganar o Zé e levá-lo a aceitar tudo e mais alguma coisa em prol destes (des)governantes que mais parecem vendedores da banha de cobra que outra coisa...É o "FAZ DE CONTA" em força a enganar a maioria das pessoas!

A. João Soares disse...

Caro André,
Realmente, comunicar é uma arte, mas hoje esta muito desprezada, primeiro porque ela exige uma boa estrutura da ideia e depois um bom conhecimento do idioma. A procura da simplicidade e a preocupação de perceber como destinatário irá apreender a mensagem devem ser uma constante.
Muitas vezes as notícias dos jornais saem de tal forma que cada leitor fica com sua informação. O desejo de Jorge Sampaio querer aparentar «erudição» tornava os seiis~us discursos de PR táo incompreensíveis que de uma vez, perante interpretações tão díspares, teve necessidade de no dia seguinte vir explicar a sua ideia. Mas, mesmo assim ele ficou confusa. Ficou-se com a conclusão que, além do mau uso do idioma, não tinha a ideia bem estruturada, não saia o que queria transmitir. Com o actual PM, é curioso que o idioma é bem utilizado ,as as ideias são muito claras, mas são desonestas, servem para enganar, criar falsas perspectivas, com promessas que não são cumpríveis. Anuncia ideias e pretensas intenções quando não tem obra feita a anunciar, fazendo que o povo viva numa ficção. Há poucos dias um governante se referia à auto-estrada Coimbra-Viseu como se ela já existisse, quando apenas fora inaugurada a ideia de a construir!!! A especialidade dos políticos tem sido inaugurar ideias com pompa e circunstância. Tenho presente na ideia quando, num palanque em Chelas, muito bem ornamentado, repleto de figuras públicas, com as televisões a registarem os discursos hiperbólicos, foi anunciada pelo então ministro Jorge Coelho a construção da ponte Chegas Barreiro. Já passaram muitos anos e vários governos e nada de ponte!
Isto não é honesto.
Um abraço
João Soares

A. João Soares disse...

Saro Luís,
Sintetizas a ideia que os políticos fazem da utilização prática da arte de publicar: enganar o povo. No comentário anterior, procurei deixar expressa esta faceta de vendedor pouco honesto, a que não quero juntar adjectivos mais claros e populares, deixando isso a cargo e à iniciativa do leitores.
Um abraço
João Soares