quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Ditaduras «sob o manto diáfano» da Democracia

No íntimo de cada político (salvo eventuais excepções!) germina um embrião de ditador. Não lhe falta ambição, arrogância, egoísmo, excesso de auto-estima e vontade de impor os seus interesses.

É certo esforçar-se por se mimetizar com os princípios da Democracia, o que é visível nos seus discursos, mas não tem força anímica, nem formação, nem convicção que lhe permitam obter êxito na representação desse papel. Mas nem isso lhe interessa na verdade. E, como resultado da sua índole e da embriagues do poder, ei-lo a correr a passos largos e decididos para a ditadura, embora procure esconder-se o mais possível para segurar a capa de democrata.

Roberto Mugabe, no Zimbabué, está sendo um exemplo vivo, para desgosto e desgraça do seu povo. Hugo Chávez, na Venezuela, está na mesma rota, não perdendo a mínima oportunidade para avançar em direcção ao objectivo.

Agora, Karzai, no Afeganistão, retira a máscara e para «ganhar» a ida às urnas «pacificamente» «ameaça expulsar jornalistas que noticiem violência durante as eleições», esquecendo que “a credibilidade das eleições está ligada a uma cobertura mediática livre”.

Outros casos parecidos, com cerceamento da liberdade de imprensa, existem pelo terceiro mundo, como é o caso de Myanmar, onde o vencedor das eleições de Maio de 1990 não teve ainda «liberdade» de assumir funções e, até hoje, a Junta Militar ainda não cedeu o lugar, tendo a líder do partido vencedor passado todo este tempo, com pequenos intervalos, em prisão domiciliária, nem sequer Aung San Suu Kyi teve possibilidade de sair do País para receber o prémio Nobel da Paz. Ela foi recentemente julgada e condenada a mais 18 meses de prisão domiciliária num processo de duvidosa isenção.

Enfim, todos apontam a Democracia como o melhor regime político mas todos procuram agir segundo as características e os princípios da ditadura totalitária, seja na aristocracia ou na partidocracia ou na plutocracia.

No caso Afegão, o que pensa o líder da liberdade de informar??? Não deve ter sido para o cerceamento de tal liberdade que foi desencadeada a guerra contra os talibãs? E para que servem as guerras? Para quê mandarem soldados ocidentais morrer em tais áreas? Quem beneficiou com esses sacrifícios de vidas e de recursos? Quais os objectivos que se pretendia atingir? Teriam sido legítimos, para benefício de população e da humanidade?
No Iraque, onde a guerra produziu tanta destruição de vidas, de património histórico, cultural e económico, as reflexões não são mais animadoras. Porque se fazem guerras? Quem as decide, com que interesse?

2 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Quanta verdade nas tuas palavras e por cá, não se passará o mesmo? Fala-se de politica internacional e internamente a ditadura já se desenha há algum tempo e exemplos não faltam: tentar calar a comunicação social, tentar calar os professores, tentar utilizar a justiça em processos contra quem fala contra os governantes, etc, etc. Não há duvida que o Poder corrompe e quem o detem não quer perde-lo! E DEMOCRACIA desta não passa de UTOPIA! Tenta-se enganar o Zé Povinho, mais nada...

A. João Soares disse...

Caro Luís,
Como bem demonstra o teu comentário, não preciso de falar de cá. Escrevo para leitores inteligentes que sabem raciocinar e, dessa forma, não é necessário arriscar a chamar os nome aos bois!
Poderás dizer que os políticos (salvo eventuais excepções) não percebem estas subtilezas, mas o que interessa é que o povo inteligente que é mais numeroso do que muitos pensam, compreenda e comece a limpar as «armas», isto é comece a pensar como será mais útil o seu voto, se BRANCO ou NULO!!!

P. S.: Escusas de agradecer ter-te considerado inteligente !!! porque o és!!!!!!!!

Um abraço
João