quinta-feira, 18 de março de 2010

Gestores públicos com prémios chocantes

Segundo o Jornal de Notícias de hoje, o presidente do conselho de administração da Sonae SGPS, à margem da apresentação de resultados do grupo, considerou "absolutamente chocantes" os "abusos importantes" na atribuição de prémios aos gestores de algumas empresas públicas, e defendeu ser "preciso corrigir isso".

Segundo Paulo Azevedo, "não são claros os processos de nomeação, não é claro o mérito" e esta situação arrisca-se a "dar mau nome à actividade de administrador".

O Correio da Manhã noticia hoje que Rui Pedro Soares, ex-administrador executivo da PT e não executivo do Taguspark, é suspeito da prática do crime de corrupção passiva no caso do contrato celebrado entre Luís Figo e o Taguspark, no início de Agosto de 2009.

Ao que o CM apurou, a investigação tem recolhido indícios que apontam para uma forte suspeita: o contrato com o ex-futebolista terá tido como contrapartida o apoio a José Sócrates e ao PS na campanha eleitoral para as legislativas de 2009.

Acerca deste administrador e de José Penedos da REN ver ao crónica do Jornal de Notícias de ontem Fome & fartura. Mas há muitos outros casos escandalosos, que circulam diariamente por e-mail.

É pena que não se moralize o sistema remuneratório seguindo as palavras de Paulo Azevedo, tornando claros, transparentes, os processos de nomeação, exigindo mérito e capacidades nos concursos de admissão, definindo claramente as funções e, em face delas, efectuar uma rigorosa avaliação do desempenho. Sem isto, se continuar esta situação, arrisca-se o descrédito público, o mau nome da actividade de administrador e dos que a desempenham. Para isso já bastam os políticos.

6 comentários:

Luis disse...

Caro João,
Já não há "pinga de vergonha" nesta "malta". É um "toma lá dá cá desenfreado"... Já não tenho palavras para mostrar toda a minha raiva pelo que está a acontecer! Lembro, entretanto, as palavras do então Cardeal REITEZEN:"QUANDO OS MANDANTES NÃO TÊM VERGONHA , OS QUE LHES OBEDECEM PERDEM-LHES O RESPEITO!"
Qualquer dia pode acontecer... ah pois pode!!! Já esteve mais longe!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Gostava de sentir razões para respeitar os detentores do Poder, mas, infelizmente, apenas respeito as cadeiras do Poder, isto é, tenho o respeito institucional. Falta vergonha, falta respeito pelos cidadãos, falta ética que trave as ambições que levam ao abuso do poder a excessos imorais.
Depois dizem que tudo é legítimo, e é, porque estranhamente os administradores das empresas públicas, Banco de Portugal e outras instituições públicas têm poder para legislar sobre salários, prémios e outras regalias.
A lei não é igual para todos e eles, os políticos é que as fazem a seu jeito.
A tua última frase faz pensar. E é preciso que se pense bem nela.

Um abraço
João

Compadre Alentejano disse...

Parece até que os administradores de empresas públicas só lá estão para sacar, isso mesmo, SACAR o máximo que puderem. Pode ser pela via legal ou ilegal... Não interessa!
Como Paulo Azevedo diz, a coisa devia ser transparente, e isso passa pelas mãos do (des)governo de Sócrates...
Abraço
Compadre Alentejano

A. João Soares disse...

Caro Compadre Alentejano,

O vício de enriquecer à custa dos nossos impostos já vem de longe, mas à medida que o tempo passa foram perdendo a pouca vergonha que ainda tinham e à sombra da imunidade e impunidade, exageraram mais ao ponto de agora ser um escândalo inqualificável. E, por seu lado este governo não quer perder o apoio dos seus cúmplices, não quer que eles contem o que sabem. Há uma conivência, uma cumplicidade que os une e lhes permite continuar a sacar.

Um abraço
João

Zé Povinho disse...

Já não há vergonha e a política já não é apenas um pantanal, já virou Ribeira dos Milagres em dia de descargas das suiniculturas.
Abraço do Zé

A. João Soares disse...

Caro Zé Popvinho,

Óptima comparação, Também se pode comparar maishumanamente a um bairro de maurginais onde nem a poç
icia pode entrer, e onde as +essoas cometem todos os crimes que lhes podem trazser benefícios, sempre impunemente. A Justiça não tem mão neles e não há inquéritos nem «Comichões« que os levem ao bom caminho.
E o povo apalermado vota neles , tal como os do PSD votaram na lei da rolha e só no dia seguinte se arrependeram. País de palhaços ou de bananas ou de ovelhas que seguem o pastor sem puxarem pelos neurónios.
Isto está a precisar de uma greve geral, total ao pagamento de impostos!!!

Um abraço
João