segunda-feira, 12 de julho de 2010

Amiguismo. Mais uma amostra

Depois da lista (pequena, mas muito prometedora) de amiguismo de «boys» dependurados em tachos, sem concurso público e sem qualquer capacidade evidente para desempenho da função (Ver O amiguismo alargado , O amiguismo por outra óptica, Promiscuidade público-privado e corrupção e Promiscuidade entre política e empresas, surge agora mais um caso denunciado pelo deputado Agostinho Branquinho que acusou o secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Lemos (muito conhecido defensor da célebre TLEBS em 2006, que foi suspensa no início de 2007, e grande auxiliar na guerra do ministério da Educação contra os professores, no tempo da D. Maria de Lurdes), de indigitar para delegado regional do Norte o seu antigo assessor na Educação e “um 'boy' sem competências específicas”, Manuel Joaquim Ramos, para o cargo de delegado Regional do Norte do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

Começaram a sua cumplicidade em Castelo Branco onde eram professores e de onde Valter Lemos saiu sem deixar saudades, como foi notório nos jornais. Mas no regime actual, é preciso ser magnânimo para os coniventes porque «quando se zangam as comadres, sabem-se as verdades». Daí o amiguismo, mesmo que este prejudique os interesses de Portugal.

E o cargo não é inócuo, pois trata-se da região com o maior nível de desemprego do país e de uma máquina do IEFP que, desde o início do ano, não paga às empresas a comparticipação no programa de estágios e, apesar disso, espantosamente, Valter Lemos nomeia um 'boy' sem qualquer competência específica para lugar decisivo e importante como este é. «O que ele tem de mais significativo no currículo é ser amigo do secretário de Estado».

Para maior escândalo, esta indigitação foi comunicada sexta-feira, 9, após demissão «de surpresa e a meio do mandato» do até então delegado regional, e o «boy» não possui qualquer habilitação em gestão de pessoal, emprego ou desemprego, que possa servir de pretexto para ir suprir eventuais deficiências do seu antecessor. Agostinho Branquinho aponta o dedo a puro amiguismo e compadrio, a que há uns tempos a esta parte temos assistido, como é referido nos links do início deste post.

Mas, francamente, colocar á frente de uma região com os problemas mais graves do País, um indivíduo sem preparação teórica nem experiência, é sinal de pouco sentido de responsabilidade e de ausência de dedicação aos interesses de Portugal que, desta forma, são relegados para lugar muito abaixo das preocupações de troca de favores e compra de apoios e cumplicidades. Segundo a Lusa, depois de contactar o IEFP, não conseguiu obter qualquer esclarecimento, caso que leva a crer que o silêncio é suficientemente elucidativo.

Com estas decisões, não é fácil obter resposta à pergunta Para onde vamos?

Imagem da Net.

6 comentários:

Pedro Coimbra disse...

Mais um de Castelo Branco, não é caro João?
A cidade não merecia aparecer nas notícias por estes motivos.
Abraço

Fenix disse...

Quando estas denúncias surgem de elementos do PSD, apetece-me colocar a seguinte questão: porque é que estes políticos "puros" não elaboram uma lista de todos os compadrios, corrupções e afins, mas... do SEU PRÓPRIO PARTIDO....é que assim, cheira a que os pecados dos outros irão reverter a seu favor, e sinceramente ENOJA qualquer um que não seja seguidista e carneiro! É que esta forma de fazer política já "deu o que tinha a dar" e só faz com que o eleitorado se afaste, ainda mais, de uma forma irresponsável dos seus deveres de cidadãos, pois sentem e com razão, que não têm força para lutar contra o "statu quo"!

A. João Soares disse...

Caro Pedro Coimbra,

A cidade não merece ser notícia com as abencerragens que dela brotam. Já são vários!

Um abraço
João
Saúde e Alimentação

A. João Soares disse...

Cara Fénix,

Neste momento quem tem responsabilidade de governar e de servir de exemplo aos cidadãos é o partido que governa.
Dos outros já se falou e continua-se a falar, caso do BPN, do Dias Loureiro que nasceu pobre e hoje é milionário na ilha do sal em Cabo Verde, das gafes do Cavaco, etc.
O povo se tivesse espírito informado já teria passado a votar em branco há muitos anos, o que significaria que não era comodista para ficar em casa e ia mostrar que não tem esperança nas listas apresentadas ao sufrágio.
Tem que se alterar as normas de actuação dos políticos, para isso é preciso aprovar um código de bem governar. Pesquise aqui por CÓDIGO e encontrará vários posts.

Um abraço
João
Só imagens

Luis disse...

Meus Bons Amigos,
O "sistema politico" montado em Portugal está podre desde a sua nascença... Há que ter coragem para acabá-lo e quanto mais cedo melhor!!! Mas como o poder corrompe não vejo que haja alguém que o faça... Azar o nosso!!! Amiguismo, Compadrio são "pechas" que vêm de longe e são difíceis de acabar!!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Não há nenhum político com sentido da honra e de dedicação a Portugal que tenha a coragem de fazer o saneamento do regime. Isso iria prejudicar os elementos do bando do que resultaria o seu linchamento, ou, no mínimo o boicote a cada passo dado no bom sentido. Repara que nem o PR que diz coisas para convencer da sua seriedade, toma qualquer medida concreta nesse sentido. Ainda não teve coragem para formar uma equipa com representantes dos partidos para criar um Código de bem governar, um Para um código de conduta dos políticos, ou um Código de conduta, como lhe queiram chamar!!!.

Um abraço
João
Sempre Jovens