quinta-feira, 1 de julho de 2010

E o povo, senhor, porque padece assim?

Transcrição de seguida de NOTA:

O dia de todos os prodígios
Jornal de Notícias 01-07-2010. Por Manuel António Pina

A partir de hoje, tudo custará mais 1% (porque ou há moralidade ou tudo paga o mesmo, o pão como as trufas e o champanhe francês).

Mas não aumenta apenas o IVA, aumenta também, para quem não tiver trabalho, o tempo de descontos necessário para ter direito a subsídio de desemprego.

Ao menos nesse campeonato, o da destruição do Estado Social, não só ganhamos à Espanha como lhe estamos a dar uma abada pois, a partir de hoje, além de ser preciso descontar mais tempo para se ter subsídio, este será mais reduzido e os desempregados serão obrigados a trabalhar por menos dinheiro.

E - já que, como diria o outro, isto de destruir direitos sociais é como o "ketchup" - quem, acabado o subsídio, não tiver como sobreviver não sobrevive pois acaba também o prolongamento extraordinário do subsídio social de desemprego.

E é com um subsídio mais baixo e durante menos tempo, ou sem subsídio nenhum, que milhares e milhares de portugueses terão que pagar, a partir de hoje, mais 1% pelo pão nosso de cada dia.

É justo, alguém tinha que pagar o descontrolo orçamental e o preço do champanhe já está pela hora da morte.

NOTA: O pão, em muitas mesas, já não é sempre de cada dia, mas os donos do quintal à beira-mar plantado não se privam do «champamhe», nem de outras mordomias e regalias ostensivas, como se viu na notícia transcrita em Isto não é honesto!!!

5 comentários:

José Lopes disse...

Porque nem todos bebem o champanhe, o direito à indignação é uma reacção possível e desejável.
Cumps

Pedro Coimbra disse...

Quando se procurar um exemplo de uma medida fiscal completamente cega.....
Abraço

A. João Soares disse...

Caros Guardião e Pedro,

Falta sentido das responsabilidades, falta a aplicação da justiça cega a todo o indivíduo que comete actos que prejudicam os outros, falta a punição de todos os que não se dedicam ao desempenho das funções que lhes competem, falta acabar com a imunidade dos políticos para faltas comuns, como roubar gravadores, fazer despesas desnecessárias ou excessivas à custa do erário público.
E, à falta de eficácia da Justiça, falta a «moca de Rio Maior» de que tanto se falou há pouco mais de 30 anos.

Abraços
João

Luis disse...

Caro João,
Apesar de tudo tenho esperança que "a moca de Rio Maior" entre em acção!!!
Ela é mais do que necessária para acabar com este estado de coisas!!!
Um abraço amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

A moca pode fazer efeito se for utilizada selectivamente com são critério, pelos interesses nacionais. Os que não apanhavam com ela passariam a pensar antes de falarem e de agirem e fariam menos asneiras.

Mas não devemos descurar o perigo da violência popular generalizada que lesa os inocentes e não toca nos verdadeiros inimigos do povo.

É por pensar nesse perigo que desde há muito tempo tenho defendido a criação de um Código de conduta. Os actuais políticos deviam ter sentido de responsabilidade e coragem moral para reformarem o regime segundo os valores morais e éticos.

Um abraço
João