quarta-feira, 18 de maio de 2011

Quando a estrela perde brilho



Sobre o caso Strauss-Kahn não faltam notícias, pois os abutres da comunicação social não vão tirar dali o bico senão quando aparecer outro escândalo com grande capacidade de atracção de leitores. Não se deve, no entanto, deixar de meditar sobre o título Strauss-Kahn transferido para ala prisional anti-suicídio


Mas é capaz de passar despercebido o caso do Egipto que demonstra que o PODER é sempre mais ou menos efémero e, apesar da loucura dos políticos mais ambiciosos, o seu fim acaba por ser dramático para as suas imagens. Seria bom que deixassem de ambicionar mais do que o aceitável e não esquecessem que quanto maior for a subida mais desatroso será o tombo.

Ver as notícias:

Mubarak renuncia a bens e propriedades
e
Mulher de Mubarak entregou parte dos bens pessoais ao Estado

Imagens do Google e dos jornais

2 comentários:

FRezende disse...

Quanto ao conteúdo deste desfile de personagens politica e honestamente incorrectos, direi que ele é manifestamente limitado, a lista não teria fim, se tivesse sido possível meter neste mesmo mesmo saco muitos outros comparsas destes actores.
Para não me alongar em citações, falta um nesta lista: Durão Barroso, a ver vamos o que vai suceder com ele…

A oportunidade com que o vídeo aparece não poderia ter sido melhor escolhida, face ao desenvolvimento de acontecimentos recentes.
Em relação a certos casos,verifica-se que ainda há sítios onde a Justiça existe e funciona de pronto:
Seja ela a Justiça Institucional, como no caso dos EUA relativamente a Strauss-Khan, seja a que a ela se lhe substituiu - o querer e determinação de um povo - no caso de Mubarak.

Os outros senhores sentem-se incólumes e mesmo protegidos por uma justiça inoperante, senão mesmo cúmplice. E perante isto, o nosso povo assiste amorfo e acomodado, sem capacidade de reacção, bem retratado por Guerra Junqueiro: “”Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas………”

Até quando? Até quando, ao acordar da sua letargia, já só tiver pedras para comer…e concluir que foi tarde demais.
FR

A. João Soares disse...

Caro F Rezende,

Obrigado pelo teu comentário. O conteúdo do post constitui um alerta para as pessoas, que acabam por ficar entorpecidas pela ambição, não se esquecerem de que, tal como Ícaro, não deixam de ter vulnerabilidades que as podem destruir e fazer gorar os seus objectivos de glória. Houve o aproveitamento de fotos de colecção em que estas entidades estão em momentos menos fáceis e evidenciando menos arrogância, a modos que com ar de sofrimento, se de tal coisa fossem capazes. Quem age como eles não parece sujeito a sofrer por arrependimento, a não ser em casos extremos.

Seria bom que a Justiça institucional fosse mais eficaz e isenta, para evitar e condenar eventuais abusos do poder, mas a experiência parece mostrar que a única esperança está na justiça popular do género da do Egipto e da Tunísia. É certo que ela terá efeitos colaterais, indesejados, mas as acções no Iraque, no Afeganistão ou nas Torres gémeas também os tiveram. Tudo, na vida prática tem o seu preço.

Oxalá os políticos sejam sempre merecedores de ser prestigiados e respeitados e que originem no povo uma salutar esperança de progresso nunca gorada.

Abraço
João