segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Preparar um futuro melhor

Há século e meio, um filósofo genial apresentou conceitos que, embora há muito tempo definidos na Bíblia, andavam esquecidos, pois a ganância, a ambição e o culto do vil metal tinham conduzido o mundo mais rico para uma atroz desigualdade e injustiça social. Mas as palavras de Karl Marx não foram devidamente aproveitadas e deram lugar a explorações e injustiças de índole diferente da existente mas não menos graves para as pessoas em geral.

No entanto, as suas ideias já fizeram a sua época e dificilmente seriam hoje aplicáveis às realidades que preocupam a maioria dos seres humanos. Haverá, pois, que equacionar o problema actual e procurar para ele a melhor solução.

Sendo a vida um caminho com bifurcações de metro a metro, e sendo necessário fazer escolhas a cada momento, optando entre duas ou mais vias, há que saber e utilizar uma metodologia de preparação das decisões semelhante à indicada em Pensar antes de decidir.

Sugere-se, pede-se, a qualquer cidadão com vontade de contribuir para um futuro melhor de Portugal e do Mundo e que deseje usar de isenção, independência e apartidarismo, que desenvolva um esforço de meditação sobre o assunto com vista a encontrar soluções, de onde sairá a melhor, para uma estrutura político-social e económico-financeira, que torne a vida mais justa e eficiente, para felicidade de todos, com maior igualdade de oportunidades e justiça na distribuição dos resultados de toda a actividade e subordinação das ambições materiais a uma escala de valores morais aceites universalmente. Enfim, precisam-se os filósofos da Nova Era.

A economia não pode ser dominada por bancos e grandes empresas que se vangloriam de lucros fabulosos, mas que pagam mal aos trabalhadores, exploram os clientes, não respeitam os fornecedores, nada fazem pela sociedade através de mecenato e usam os mais variados estratagemas para fugir ao fisco.. Não deve ser esquecido que uma empresa é fruto do capital investido, da função administração e do trabalho, pelo que o resultado não pode passar ao lado dos trabalhadores, mas ser distribuído de forma equitativa e equilibrada por todos os factores de produção.

Este apelo dificilmente pode ser atendido pelos opinadores que frequentemente surgem no pequeno ecrã, ou porque estão amarrados aos interesses partidários de que recitam os slogans ou submetidos aos patrões que servem como «administradores» ou «consultores» ou a potenciais fornecedores de «tachos». Uns e outros servem-se de argumentos e alegações, muitas vezes opostos aos seus comportamentos habituais, apenas porque pretendem confundir as ideias aos cidadãos menos esclarecidos levando-os a dar o voto a quem deles abusa sem o mínimo rebuço.

O esclarecimento deve ser leal e eficiente para congregar a vontade de todos, pois a democracia é obra de todos e para todos. Sem espíritos abertos e bem informados, ninguém pode votar conscientemente e, por isso, a democracia mirra e extingue-se, deixando em seu lugar regimes autoritários, autocráticos, mesmo ditatoriais, em que o abuso do poder, a corrupção e o enriquecimento ilegítimo proliferam sem controlo nem punição.

A maior parte dos 3.251 posts publicados neste blog poderão ter utilidade para o estudo que se propõe. De entre eles citam-se, por exemplo os que se referem à criação de um decálogo ou código de bem governar, e os que realçam a necessidade de moralização e ética na gestão das coisas públicas.

Os cidadãos desfavorecidos e explorados por sucessivos governos ficarão gratos a quem deitar mãos à obra para esboçar as linhas mestras da vida colectiva no futuro que se aproxima.

imagem de arquivo

3 comentários:

Luis disse...

Caríssimo Amigo João,
Antes de tudo há que salientar que não vivemos em DEMOCRACIA pois no pós 25A foi criado um sistema "PARTIDOCRÁTICO" em que os partidos impõem uma ditadura camuflada ao POVO! Assim anda tudo à volta da caça aos votos e dessa forma enviesada deturpou-se tudo por quanto esperávamos!Nada é feito para Bem do POVO mas sim para Bem dos partidos e é por isso mesmo que na Assembleia da República todos os deputados procedem como procedem, seja qual for o seu partido!
Precisa-se de um Governo de Salvação Nacional que "lave" toda esta "engrenagem", de uma nova Constituição, etc., etc.
Um abraço muito amigo.

A. João Soares disse...

Caro Luís,

Pintas o quadro com tintas escuras, mas com realismo, infelizmente.
Essa fotografia da realidade é uma ajuda para o início do estudo que há a fazer, de acordo com o método Pensar antes de decidir.
A seguir referes uns tópicos para a solução a procurar: limpar as gorduras e o supérfluo da engrenagem e rever a Constituição e toda a estrutura do Estado.

Certamente, com um trabalho metódico colectivo olhando bem para o objectivo a atingir, sem perder de vista as realidades e seguindo alguns bons exemplos de países mais evoluídos, chegaremos a bom porto.
Haja quem ame o País e se interesse por ajudar a criar o Novo Portugal.

Abraço
João

A. João Soares disse...

Transcrição de comentário recebido por e-mail

Caro AJS,

Li e ponderei.

O texto está basicamente correcto e será um bom comêço de partida para uma discussão séria depois de organisado um programa de base com os assuntos a doscutir e nunca avançar para o seguinte sem obter conclusões firmes sobre o anterior.

A tua resposta é notável. Estou contigo.

"Há que preparar o avanço para que a marcha seja firme e sem hesitações" dizes tu e muito bem.

Eu sugiro, começar pelo principio, obviamente, isto é, analisar com honestidade e isenção todas as decisões politicas que nos conduziram á actual situação, sem entraves de qualquer ideologia.

Identificados os eventuais "erros", procurar, com toda a largueza de espirito, compreender porque nos conduziram a esta situação. Para mim será esta a base de partida que não me parece fácil de encontrar pelas tremendas cargas politicas subjacentes ou não.

Partindo da "base", analisar a nossa situação no seu contexto geral e no seu enquadramento global e procurar soluções realistas para o "avanço" da marcha que se pretende firme e sem hesitações...

Parece-me que, para a tal marcha que se quere firme e sem hesitações... este tipo de "democracia" não serve.

Abraço
ALFA