segunda-feira, 30 de julho de 2012

Carreirismo político

A notícia A geração dos políticos profissionais chegou ao poder e isso tem riscos foca de maneira alargada o teme enunciado no título, principalmente nas citações de opiniões dos investigadores André Freire, do Centro de Investigação e Estudos Sociológicos do ISCTE, e António Costa Pinto, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa

Transcrevem-se algumas frases como aperitivo para quem desejar ler a extensa notícia:

Carreiras baseadas em cargos de nomeação política, pouca experiência profissional e fraca autonomia face aos partidos são perversos, dizem os analistas.

Portugal está a assistir às primeiras gerações de políticos profissionais no poder, oriundos das juventudes partidárias e com reduzida experiência profissional fora da política. José Sócrates, anterior primeiro-ministro socialista, Paulo Portas, ministro dos Negócios Estrangeiros e líder do CDS-PP, e Passos Coelho, actual chefe de governo, todos iniciaram a vida política na Juventude Social-Democrata (JSD). A JS serviu como alavanca para António José Seguro, actual secretário-geral do PS, ou António Costa, presidente da Câmara de Lisboa.

As «jotas» são fonte de carreiras focadas exclusivamente na política. …os perigos do carreirismo político, que Costa Pinto considera contribuir para “uma profissionalização acéfala e dependente das direcções dos partidos”.

Os políticos de carreira desenvolvem um “autismo” relativamente aos problemas da sociedade. “As pessoas sem experiência profissional revelam um handicap de conhecimento da sociedade e não podem funcionar como um elo de ligação entre esta, a decisão política e o Estado”

Este processo “afasta a decisão política da realidade da sociedade civil”, ressalva o investigador António Costa Pinto, que sublinha a diferença entre as realidades nacional e internacional: “A falta de instrução e formação dos políticos portugueses face ao panorama internacional, como em França ou na Alemanha.”

A escassa experiência profissional demonstrada por alguns políticos assume contornos alarmantes, quando “só serve para enfeitar o currículo”

.As nomeações para gabinetes ministeriais e para empresas da administração local são os casos mais comuns no preenchimento do currículo dos militantes das “jotas”. Com a agravante de que a dependência da vida política “gera um problema de autonomia e independência face aos partidos”.


Curiosamente, esta notícia aparece pouco tempo depois da notícia Ministros com carreira partidária licenciam-se mais tarde que os independentes que refere um estudo dos politólogos António Costa Pinto e Pedro Tavares de Almeida sobre o perfil dos ministros portugueses entre 1976 e 2012, de Carreira política e de Como obter currículo na política.

É por estas e por outras que muitos eleitores preferem o voto em branco, como demonstração de que nenhum candidato lhes merece confiança.

Imagem de arquivo

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