domingo, 19 de agosto de 2012

Álcool é um perigo... mal calculado

Transcrição de notícia seguida de NOTA:

Portugal no pódio do consumo de álcool
Jornal de Notícias 18-08-2012. Publicado às 00.00

Apesar dos números revelarem uma ligeira queda face aos últimos anos, Portugal mantém-se no pódio dos maiores consumidores de álcool do Mundo - 12,2 gramas per capita, a apenas uma décima de grama da França e empatado com a Áustria (números da OCDE). E há ainda a agravante de as estatísticas não incluírem o vinho produzido para consumo próprio.

Sermos produtores de muitos e bons vinhos não justifica tudo. Socialmente, o álcool continua a ser um passaporte para um estilo "descontraído" e recebe um consentimento benevolente dentro das famílias e instituições.

O crescimento das bebedeiras selvagens (botellón) aos fins de semana entre os jovens mostra como as coisas estão a piorar ainda mais. Questão: quem paga a fatura? Que consequências físicas e sociais? Eis uma chaga que nenhum Governo consegue sarar.


NOTA.
Para fazer face a estes perigos e a outros, que são muitos, é preciso ensinar as crianças desde a mais tenra idade. Hoje, desde há quatro décadas, as crianças crescem sem ninguém se sentir responsabilizado pela sua e educação moral e cívica e da sua formação como adultos ou cidadãos. Nos primeiros três quartos do século passado, os pais, principalmente a mãe orientavam os filhos ajudando-os a ser adultos responsáveis, cautelosos, respeitadores dos outros, principalmente de crianças, idosos e deficientes, havia também nas escolas disciplinas orientadoras para a mesma finalidade, e havia uma organização juvenil que ocupava 6 horas por semana em desportos, actividades, culturais, artísticas e de utilidade, como os primeiros socorros, etc. Há, porém, que ter o cuidado de na criação de organizações infantis evitar tendências de restringir as pessoas a visões sectárias ou partidárias da vida, sendo conveniente que elas tenham capacidade de observar as situações por todos os ângulos, numa óptica a favor da colectividade, da sociedade nacional e da humanidade, sem preconceitos.

Porque não se ensina a utilização real das contas de somar e subtrair? São elas que ajudam a evitar os défices. Porque se não sensibiliza para a necessidade da precaução, nos deportos e na condução, como em tudo na vida. O risco existe em todo o lado e todas as actividades e é preciso saber calcular até onde podemos ir sem cair em perigos indesejados, sem prejudicar os direitos dos outros. O consumo do álcool, de outros produtos menos saudáveis e de alimentação desajustada cria deficiências de saúde por vezes fatais. Mas há muitos outros perigos na vida quotidiana.

E porque não referir os acidentes nas estradas? Aí não é só o álcool, mas também a falta de civismo, de respeito pelos outros (no próprio carro e nos outros) que muitas vezes são vítimas de actos de autêntica loucura. E a lei? Porque não condena por homicídio por negligência (ou outra adjectivação) os causadores de acidentes de que resultam mortos?

A nossa sociedade precisa de «uma excelentíssima e reverendíssima reforma» como disse Lutero. Mas não se pode esperar que saia da iniciativa dos populares. É preciso vir dos mais altos escalões com medidas gerais e com o exemplo.

Imagem de arquivo

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