sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Sobrevivência com dignidade

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Coelhinho suicida
Correio da Manhã 30-11-2012. 1h00. Por: Leonardo Ralha, Editor de Cultura & Online

Os portugueses mais sádicos ou com um sentido de humor retorcido sabem do que trata ‘O Livro dos Coelhinhos Suicidas’. Para os outros, eis a sucinta descrição: é uma colectânea de cartoons nos quais coelhos adoráveis põem em marcha os planos mais requintados para atentarem contra a própria vida.

Alguns desenhos do britânico Andy Riley, capazes de traumatizar qualquer criança que receba este presente de um familiar distraído, envolvem mortes por esmagamento, electrocussão ou empalamento. Mas nenhum chega aos pés daquele em que o coelho se prepara para lançar um bumerangue ao qual atou uma granada.

Dir-se-ia que o cartoonista adivinhou, muitos anos antes, que existiria um primeiro-ministro, cujo último nome faz lembrar as suas personagens, imbuído de uma pulsão para o suicídio colectivo da economia portuguesa, arrastada para uma espiral de desemprego e falências à medida que os consumidores vêem desaparecer o seu rendimento, numa teia fiscal que o próprio Passos Coelho admitiu ser insuportável na entrevista que deu à TVI.

O coelhinho suicida está a lançar o bumerangue com a granada atada. Pena é que estejamos todos atrás dele.

NOTA: É pena que a miopia e a tacanhez teimosa e obsessiva não permitam olhar para as despesas que são injustificáveis e que não afectam directamente a segurança social: regalias exageradas de políticos e gestores públicos, carros de alto preço dificilmente justificáveis em época de crise, apoios financeiros a fundações e outros tipos de empresas privadas, manutenção da quantidade de assessores e outros tipos de parasitismo como os «observatórios» sem finalidades realmente úteis, associação de ex-deputados, etc., etc.
Espera-se que os grandes problemas dos portugueses sejam encarados com objectividade e sensatez a fim de serem encontradas as soluções mais correctas e socialmente mais justas, equitativas e proporcionais, a fim de se tornarem suportáveis os sacrifícios ocasionados por má política dos últimos anos e agravados nos últimos 18 meses.


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Pés na terra a olhar o futuro

Transcrição de artigo seguida de NOTA:

Alô? Há alguém com os pés assentes na terra?

Correio da Manhã 30-11-2012. 1h00. Por: João Miguel Tavares (jmtavares@cmjornal.pt)

Todas bem juntinhas, as asneiras que Pedro Passos Coelho já acumulou ao longo de ano e meio de governação dariam para uma terceira ponte sobre o Tejo.

Mas quando assisto aos debates parlamentares em torno do orçamento e depois ouço a entrevista do primeiro-ministro na televisão, fico tristemente convencido de que se amanhã houvesse eleições eu voltaria a votar no PSD.

Passos Coelho tem tratado muito mal o meu voto, porque o empenho com que se atirou à minha carteira foi muito superior ao empenho com que se pôs a emagrecer o Estado. Mas quando ele fala, pelo menos vejo que há ali uma pessoa que percebe o problema. Ou duas, juntando Vítor Gaspar. Ou três, juntando Paulo Macedo. (Paulo Portas é melhor não juntar.) Eu até posso não concordar com as soluções propostas, mas pelo menos concordo sobre o que está mal.

É poucochinho? É. Só que do lado da oposição é o deserto intelectual. Toda a gente anda aos gritos e a proclamar diariamente a "ruptura política e social", mas a verdade é que o povo, numa sondagem feita já esta semana, continua a defender por uma larga maioria (63,5%) o cumprimento do acordo com a troika. Será mesmo o PSD que está desligado da realidade? O PS de António José Seguro está convencidíssimo de que anda a dizer aquilo que o país quer ouvir, mas eu estou muito menos certo disso do que ele.

O realizador português Gonçalo Tocha assinou este ano um filme sobre a ilha do Corvo, ao qual chamou "É na terra não é na lua". Parece-me o conselho perfeito para a oposição ao PSD e para uma vasta galeria de comentadores apocalípticos. Meus senhores: isto é a Terra. Se querem a Lua, inscrevam-se na NASA.

NOTA: Parece que tem razão e faz gerar a dúvida, quase certeza, de que a maioria dos portugueses, no seu progressivo empobrecimento e na ansiedade dele resultante e da falta de um sinal de esperança, vive nas nuvens ou na Lua e perdeu a noção das realidades terrenas.

Mas, em democracia, «a soberania reside em a Nação» e, por isso, seria bom que, ao lado ou em vez das muitas asneiras referidas no primeiro parágrafo, surgissem ideias para que cada cidadão se consciencializasse das realidades e se criasse um pensamento alargado a muitos por forma a encontrar a pista de salvação para que, com os pés na terra, se pudesse sair da crise e enveredar pelo caminho do crescimento da riqueza nacional e do bem-estar dos cidadãos.

Esse seria um papel adequado aos partidos e às principais instituições sociais, profissionais, etc., num trabalho de equipa, com total convergência de esforços e de vontades. Tudo o que seja a bem da Nação, com justiça social, equidade, proporcionalidade, deve merecer a primeira prioridade, nos discursos, nas acções, nos comportamentos cívicos.

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Tirar Portugal da crise

Recebi por e-mail de um amigo a entrevista de que se coloca aqui o link para uso dos interessados. Já foi efectuada há mais de 5 meses, mas continua com elevado interesse para compreender a situação actual e do futuro próximo.

Garcia dos Santos. “Ainda convivemos com a pesada herança do passado”

Por Ana Sá Lopes e Luís Rosa, publicado no Ionline em 24 Abr 2012 - 02:10

É muito crítico da classe política actual, não vê ninguém que possa tirar Portugal do estado em que está. (...)

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Nós e as notícias

O meu amigo ALFA ofereceu-me ontem um recorte do semanário SOL com o artigo de José António Saraiva «Nós, os jornalistas» e, muito chocado com as realidades ali descritas, pediu-me opinião.

Embora os leitores deste blogue possam seguir o link do artigo, transcrevo as ideias que considero fundamentais:

« É sabido que nós, os jornalistas, gostamos das más notícias.»

Por isso,
«Há pessoas a dizer que já não ouvem os telejornais e evitam ler jornais. Umas por acharem que somos tendenciosos, outras por já não terem paciência para as notícias negativas ou por entenderem que os noticiários só contribuem para a depressão.»
E explica:
«Nós achamos que as más notícias vendem mais, sobretudo quando as pessoas andam revoltadas com o Governo.»

Nunca fui acomodado, sonolentamente, imbuído de intenções politicamente correctas, antes pelo contrário, se as opiniões de cada um pecam por interesses próprios, então fico-me com a minha, com os seus defeitos certamente, (porque não?), mas tenho direito a beber o meu próprio veneno.

E não me limito a dar opinião ao Amigo ALFA, mas torno-a extensiva a quem me queira ler. Nada daquilo que José António Saraiva aqui escreve me espanta, a não ser a sua frontalidade, a sua coragem, que elogio, de fazer uma auto-análise, um exame de consciência, uma confissão do nosso jornalismo, da Comunicação Social a que estamos sujeitos.

Reforço a minha posição de não dever consumir água inquinada sem a filtrar, ferver, desinfectar, para não ser mais uma vítima de venenos disfarçados. Com a comunicação social deve ser tomado cuidado semelhante, e usar os tópicos e as ideias apenas como estímulo para o nosso próprio raciocínio, que deve ser o mais isento possível, com base em dados anteriormente guardados nos ficheiros da nossa memória. Procuro não aderir, sem protecção, sem análise, às palavras que se ouvem vindas de qualquer dos lados. Por tal razão, não me alarmei com os tópicos para eventuais títulos de abertura de telejornais ou de notícias de primeira página indicados no artigo.

Caro ALFA, o que falta aos críticos sistemáticos, obsessivos, dos actos ou das palavras do Poder é uma atitude patriótica, positiva, construtiva, apresentando sugestões devidamente claras e explicadas, nos seus pressupostos e na previsão de resultados, de forma a contribuir para um futuro melhor para Portugal e para a vida dos portugueses. Isto seria uma correcta aplicação dos fundamentos da democracia, da colaboração de todos e de cada um para o melhor andamento da carruagem em que viajamos juntos.

Este conceito tem sido aqui referido e, quanto aos partidos da oposição, consta, entre outros, no recente post Façam propostas. Ajudem a sair da crise.

Enfim, seria bom que este «mea culpa» de um jornalista muito conceituado servisse para «reformar» ou «refundar» o estilo de fazer jornalismo no nosso pequeno rectângulo, a fim de podermos vir a contemplar belas auroras!!!

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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Reformar o Estado é urgente.

Do artigo a mudança de Luís Marques Mendes extrai-se o seguinte:

«Portugal precisa de crescer, de criar riqueza e de gerar emprego. Tivemos uma década de estagnação e temos uma taxa de desemprego imoral. Ou passamos a crescer de forma sustentada ou tornar-nos-emos um país irrelevante e periférico.»

«A reforma do Estado é outro contributo para Portugal ser competitivo. O Estado que temos é um empecilho ao desenvolvimento. Gasta de mais e consome mais recursos que aqueles que o país lhe pode dar. Temos de ter um Estado mais pequeno e menos gastador. Não é um Estado mínimo. Mas será o Estado máximo que o país possa sustentadamente financiar.»

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Vítor Gaspar, ouça os conselhos e medite

Ninguém se deve considerar a dono único da verdade absoluta e, por isso, não fica mal dar atenção aos conselhos e às sugestões.

A notícia "Vítor Gaspar, não exagere" na austeridade, pede Paul De Grauwe é muito significativa porque Paul De Grauwe não é um comentador político da qualçidae dos que por cá conhecemos, é professor da London School of Economics e investigador no Center for European Policy Studies, e alertou para a possibilidade de o Governo português estar a fazer o país caminhar para uma insolvência imposta pela austeridade.
Quem desejar ler a notícia faça clic no seu título.

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Peço desculpa por incomodar

Caros amigos, fazendo parte de um povo maravilhoso, discreto e humilde que foi grande nos anos seiscentistas e hoje vive da boa vontade dos credores, estando a vender o património herdado dos tempos áureos, sem pensar na herança para os vindouros, devemos ler a notícia e admirar a humildade e a boa vontade de muitos nossos compatriotas que não querem incomodar. Refiro-me aos discretos Sem-abrigo: "Escondidos" nas ruas e nas estatísticas.

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Distribuir o mal pelas aldeias !!!

Passos disse que o Governo quer salvar Estado social “distribuindo o mal pelas aldeias”, mas no estado em que o País se encontra, com as aldeias a passarem por tanto sofrimento e desespero, seria melhor dar prioridade às cidades na distribuição do mal !!!

Isto é, convém fazer passar a ideia e a realidade de que o Governo não pretende continuar a favorecer os que mais podem.

Para uma verdadeira «justiça social» seria preferível usar um lema do tipo «dos que podem aos que precisam».

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Democracia ou Ditadura a prazo ???

Em ditadura, os donos do quintal fazem dele aquilo que lhes aprouver, sem se preocuparem com os desconfortos, os descontentamentos das suas vítimas. Eram vitalícias, só terminando com a morte ou destituição violenta do «gestor». Mas parece terem passado de moda as ditaduras clássicas sendo substituídas, sob a capa flexível da dita democracia, a ditaduras a prazo renovável, de quatro ou cinco anos, em que os governantes esquecem que são mandatários da vontade dos eleitores e evidenciam a sua vaidade, arrogância, ambição, teimosia, custe o que custar, doa a quem doer, parecendo guiar-se pelo lema «os meus súbditos que se lixem».

E, por isso, não espanta o título da notícia Passos afasta revisão Constitucional e diz não temer impopularidade, frase que nenhum ditador clássico recusaria assinar.

Mas é certo que qualquer mudança gera dificuldades nas pessoas, por exigir esforço de adaptação, e isso acontecerá quando surgirem os resultados da tão prometida «Reforma do Estado» para os «cortes das gorduras». Esperemos que, ao decidir tais mudanças, se isso vier a acontecer, Passos não deixe de cumprir o seu lema de «não temer impopularidade» e corte onde deve ser cortado em vez de se limitar a exigir sacrifícios sobrepostos e repetitivos aos desfavorecidos pelo Poder.

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domingo, 25 de novembro de 2012

Autarca «impressionante»

Numa altura em que se fala muito de «Reforma do Estado», e poucos resultados se vêem, despertou-me a atenção o artigo «Impressionante é o Castro» de Paulo Ferreira no Jornal de Notícias. Dele transcrevo o seguinte:

Forçado, como todos os seus colegas autarcas, a rabiscar uma equação enquadrável no aperto que o Estado impõe, Manuel Castro Almeida desenhou um orçamento para 2013
que corta nas despesas do município mas não corta nas despesas sociais.
Que baixa a dívida e os impostos, mas não reduz o investimento.
Que manterá o pagamento aos fornecedores a tempo e horas.
Que cortará os 2% de funcionários que o Estado impõe.
E que usará parte dessa poupança para repor um dos subsídios aos trabalhadores da autarquia.

Este, sim, é um trabalho impressionante, que resulta de uma estratégia realista, digamos assim. "Andámos num esforço de poupança há vários anos. É isto que nos permite agora baixar impostos. É esta a linha que defendo ao nível nacional: cortar, primeiro, na despesa, e só depois, se for necessário, aumentar os impostos", diz o social-democrata Castro Almeida, que deixa a autarquia são-joanense no próximo ano (cumpre três mandatos).

"Há pessoas que transformam o Sol numa simples mancha amarela, mas há aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio Sol". A frase de Picasso traça bem a diferença entre o que simbolicamente representa Gaspar, que vê no Sol uma simples mancha amarela, e o que representa Castro Almeida, que faz de uma mancha amarela o próprio Sol.

Impressionante, não é?


Possivelmente, haverá mais autarcas também «impressionantes». Se os visitantes deste blogue conhecerem casos dignos s de sere apontados como exemplos a seguir, façam o favor de aqui os referirem no espaço dos comentários ou de enviarem dados esclarecedores pelo e-mail constante na ficha de blogger

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37º Aniv do 25-11-75. Palavras para meditar

Da notícia do Económico "É inaceitável, é inadmissível" haver fome em Portugal transcrevem-se as seguintes frases:

De Ramalho Eanes (ex-PR):

-"É inaceitável, é inadmissível, já não em termos democráticos, mas em termos de sociedade, em termos de humanização, que haja cidadãos, sobretudo crianças, que não tenham direito àquilo que é fundamental"

-a sua presença nas celebrações teve dois propósitos: "o primeiro é homenagear dois portugueses comandos que morreram em prol da democracia, o segundo é para lembrar que revisitar a história é muito importante".

-"O 25 de Novembro é uma altura nefasta que deve ser motivo de aprendizagem, que nos mostra que sempre que um povo não vive em democracia autêntica, o combate político deixa de ser aquilo que deve ser em democracia, que é um combate político desarmado, em que as opiniões se confrontam, as ideologias se confrontam e tudo se decide em eleições, e passa muitas vezes a ser um conflito armado em que irmãos deixam de ser apenas adversários políticos para passarem a ser inimigos".

-Este é o momento para pensar e perceber que "só a democracia permite viver em paz" e que "os homens sejam cidadãos e, nessa qualidade, se relacionem com todos os outros com respeito, com tolerância e civilmente".

-"a autêntica democracia é um propósito tão elevado que poucos são os povos que conseguem chegar lá", mas revelou que desejava essa democracia para Portugal.

-"É isso que quero para o meu país, por todas as razões, porque sou português, nasci aqui e porque vou continuar aqui mesmo depois de morrer através dos meus filhos".

De Pinto Ramalho (CEM):

-"Valeu a pena tudo aquilo que se construiu até hoje", após o 25 de Abril de 1974, mas "todos aqueles que viveram este período vêem com grande apreensão as dificuldades que o país vive hoje", -Estas dificuldades dizem respeito a todos os portugueses, que precisam de entender a razão dos sacríficos que estão a fazer, a sua finalidade e, sobretudo, terem "a percepção de que esses sacrifícios valem a pena".

-"Se houver dúvidas em relação a isso, se houver um sentimento de que não há equidade nos sacrifícios e que os sacrifícios não vão na direcção que pretendemos ou esperamos que seja a resolução dos problemas do país" é legítimo que os portugueses se questionem sobre o que se está a passar.

-"É legítimo" que os portugueses se interroguem quando são postas em causa "conquistas da sociedade", como o acesso ao ensino, à saúde, à justiça e "à melhoria efectiva das suas condições de vida".

-"Todos os portugueses, incluindo os militares, anseiam por ter uma perspectiva clara daquilo que são os sacrifícios", disse, esperando que "o país não retroceda". -"só faz sentido fazer sacrifícios e reformas se daí resultar qualquer coisa que seja mais positivo, mais agregador, que fomente a coesão nacional, o desenvolvimento e o bem-estar das pessoas".

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Convergência entre partidos para bem da Nação não é fácil

O artigo PSD acusa Seguro de defender "política de bancarrota" vem na sequência do referido no post Façam propostas. Ajudem a sair da crise no qual se sugere que os partidos da oposição apresentem propostas para melhor solução dos problemas mais significativos em espírito de cooperação, de equipa, de colaboração, de convergência de esforços, para bem da Nação, para termos um futuro com melhores dias, novas auroras.

Convém ler o artigo indicado inicialmente que indica que o PS não quer apresentar alternativas, não quer cooperar na consolidação orçamental e na manutenção de um equilíbrio financeiro permanente.» "É lamentável que o PS, num momento em que se discutem as perspectivas financeiras no plano europeu, não esteja connosco a apresentar soluções que possam garantir a todos em Portugal e na Europa as condições que um Governo, seja ele qual for, deve assegurar no presente e no futuro"

Mas temos que encarar o facto de que colaborar, fazer trabalho, de equipa não é apoiar incondicionalmente uma ideia com que não se concorda, mas sim apresentar propostas e sugestões para que essa ideia seja consensual, adequada às realidades e tornada eficaz para bem da Nação.

É pena que os partidos não se esforcem por colocar acima de tudo os interesses nacionais, numa data em que todos somos poucos para resolver a crise que nos esmaga. É pena que não se use de lealdade a PORTUGAL e de verdade e transparência perante os cidadãos, para podermos ter «melhores dias e novas auroras» em vez de escuridão e convulsões.

Oxalá, as inteligências dos nossos políticos se iluminem a fim de saberem encontrar o caminho mais adequado para os portugueses de hoje e de amanhã.

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sábado, 24 de novembro de 2012

Façam propostas. Ajudem a sair da crise

Segundo esta notícia OE 2012. Líder do PS diz que "derrapagem orçamental podia ser evitada", o líder da oposição afirma aquilo que tem sido muitas vezes defendido por comentadores e opinadores conceituados, e que foi aqui referido várias vezes. A austeridade excessiva tem sido bloqueadora da economia e lesiva da qualidade de vida da maior parte da população.

Aplica-se aqui a frase de Manuel Carvalho da Silva em acordar do pesadelo: «A soberania do povo tem de ser assegurada e os portugueses terão de confrontar, mais do que nunca, cada partido com as suas propostas. Terão de exigir que todos apresentem programas de governação muito concretos e assegurar que os compromissos sejam respeitados.»

Segundo ela, seria bom que o líder do PS traduzisse as suas ideias em propostas positivas, expressas de forma clara e convincente com vista às medidas adequadas para a saída da crise, para o crescimento da economia e para a melhoria da vida dos portugueses. Há quem diga que não o faz, com receio de que tais medidas possam ser postas em prática pelo Governo. Mas, se fizer das suas propostas a devida publicidade terá o apoio dos eleitores que em devida altura lhe mostrarão de forma conveniente a sua gratidão.

Uma oportunidade que tem sido mal aproveitada pela oposição é a permanente evidência da sua capacidade de governar melhor para captar os votos em futuras eleições. Apresentem propostas positivas, porque o povo precisa de medidas correctas e saberá liga-las sempre aos seus autores. Os portugueses saberão confrontar os partidos com as propostas concretas que apresentarem, e não gostarão de camuflagens com promessas falsas, geradoras de esperanças ilusórias que se esfumam a breve prazo.

Precisa-se de cooperação, colaboração, convergência de esforços, enfim, espírito de equipa para bem da Nação. Precisamos de melhores dias, novas auroras.

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Quem paga o Estado Social em Portugal

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Confrontar os políticos com as suas propostas

Transcrição de artigo de opinião seguido de NOTA:

Acordar do pesadelo
Jornal de Notícias 24-11-2012. Publicado às 00.30. Por Carvalho da Silva

Apetece gritar: tirem-nos daqui!!! Na passada segunda-feira, o ministro Vítor Gaspar apresentou os resultados da sexta avaliação da troika. Indignei-me ao ouvir a sua exposição. Tudo se resumiu à apresentação de uma avaliação estatística, absolutamente distante da realidade económica e social, da vida concreta das pessoas, das condições de organização e funcionamento da sociedade e das suas instituições, dos problemas com que se deparam as empresas.

Criam-nos arrepios as afirmações deste ministro-robot que repetidamente disse "fizemos um grande esforço" (para cortar aqui ou acrescentar ali), quando sabemos que se trata de meras manipulações de números em folhas de Excel. Esforço, sacrifício, sofrimento, sente todos os dias, e cada vez mais, a esmagadora maioria dos portugueses perante os efeitos das brutais políticas a que tem estado sujeita. Essas duras realidades não desaparecerão com jogos de números.

Troika e Governo contribuíram de forma ímpar para afundar a nossa economia, destruíram emprego e delapidaram recursos do Estado. Na segunda-feira veio Gaspar dizer que agora "teremos de decidir que modelo queremos para o Estado e como o poderemos pagar". O primeiro-ministro disse que poderão vir a utilizar verbas da União Europeia (UE) para fazer "as reformas" do Estado, ou seja, para destruir rapidamente milhares e milhares de empregos directamente na Administração Pública e indirectamente no privado, pois quando diminuem os serviços públicos destrói-se, também, emprego privado.

Baixam-nos o patamar de desenvolvimento e utilizam recursos financeiros disponíveis não para investir, para garantir emprego e crescimento, mas sim para nos empobrecerem.

Segundo vários órgãos de Comunicação Social, Passos Coelho defendeu a ideia de as cimeiras Ibero-Americanas passarem a realizar-se apenas de dois em dois anos. Tratou-se de um sinal de secundarização de um espaço geográfico e político fundamental para uma estratégia de futuro para o nosso país.

Portugal é europeu, por condição natural e por compromissos assumidos, mas tem fronteiras e relações a sul para desenvolver.

Não podemos continuar debaixo da bota da sr.ª Merkel ou enjaulados no quintal dos agiotas que impõem o austeritarismo. Queremos ser plenamente europeus, mas ai de nós se não tomamos consciência de que a UE está num caos: já não é (se alguma vez foi) um projeto de todos e o funcionamento das suas instituições é um descalabro.

Temos mesmo de acordar do pesadelo e recentrar os conceitos de solidariedade, de multilateralidade, de multiculturalidade e de universalismo. No presente e no futuro que se perspectiva é preciso colocar de lado sobrancerias e complexos de superioridade. Há vários países do espaço da língua portuguesa e da América Latina que são mais "importantes" que Portugal e até que a Espanha. Os portugueses precisam de os respeitar, bem como às suas instituições e de com eles estabelecer relações sólidas nas diversas áreas.

O tempo que vivemos exige discussão política séria sobre a realidade do país, sobre as nossas capacidades, sobre como nos devemos mover no plano interno e internacional perante esta emergência de uma nova era mundial.

O presidente da República, que foi talvez o político português que mais facilitou a destruição dos sectores do mar, da agricultura e da indústria, diz agora ser necessário "ultrapassar estigmas" nesses sectores, quando já não tem credibilidade política, nem capacidade e vontade de agir.

Quando se analisa, no dia a dia, os conteúdos, os enfoques e as formas de abordagem dos temas que o Governo, as maiorias na Assembleia da República ou os grandes meios de Comunicação Social nos apresentam, só podemos concluir que com as actuais forças e as relações existentes entre elas não existirão soluções.

A demissão do Governo e o seu afastamento imediato da governação tornaram-se atos imperiosos.

A soberania do povo tem de ser assegurada e os portugueses terão de confrontar, mais do que nunca, cada partido com as suas propostas. Terão de exigir que todos apresentem programas de governação muito concretos e assegurar que os compromissos sejam respeitados.

NOTA: Será muito positivo que se estimule a discussão serena das realidades do nosso país, que cada político se comprometa com o crescimento de Portugal, para bem de todos os portugueses, e que cumpra tais compromissos, os traduza em sugestões, acções e olhe com perspicácia para os resultados das medidas accionadas a fim de melhor poder ser seguida a rota de desenvolvimento mais adequada.
Neste momento, para acabar com o pesadelo, é preciso que em vez de clubismo, se unam esforços e se gere convergência para os objectivos nacionais, claramente ajustados e definidos.

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Valores éticos acima do dinheiro

Transcrição post de blogue:

Polémica na Casa dos Segredos

Associação Emergência Social, que combate a pobreza e exclusão, decidiu recusar uma ajuda financeira oferecida pelos produtores do programa “Casa dos Segredos”, alegando não se rever no perfil do “reality show” da TVI e sublinhando que “o dinheiro não é tudo”.

Os concorrentes estavam prontos para leiloar, cada um deles, duas peças de vestuário, com o objetivo de angariar fundos para aquela instituição particular de solidariedade social, mas os felizes contemplados já vieram dizer que rejeitam a iniciativa.

Num comunicado agora divulgado, a Associação revela que, numa primeira fase, concordou com a ideia, sem ter tido “o cuidado de saber de que programa se tratava”.

Alertada, depois, para a verdadeira natureza do “reality show”, a Emergência Social concluiu que “não se revê no perfil” da “Casa dos Segredos” e anunciou que “prescinde de toda e qualquer ajuda daí proveniente”.

“O programa ‘Casa dos Segredos’ não é um exemplo para as nossas crianças e jovens. Na nossa opinião, enquanto o dinheiro for mais importante do que o amor não será possível acabar com a crise de valores do mundo. O dinheiro não é tudo para nós…” – afirma-se no comunicado da Associação de Emergência Social.

Publicado no Blog O Povo, por Pedro Aguiar Pinto em 21-11-2012

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Reformar o Estado e Cortar Gorduras para Vencer a Crise

Desde a campanha eleitoral, há ano e meio, temos vindo a ouvir promessas de «reformas estruturais» para «cortar gorduras», vencer a crise e a recessão e regressar ao crescimento e à melhoria da vida dos cidadãos. Como os números e os sinais da crise indicam, nada disso passou de fantasia e de palavras vãs.

Parece que os governantes, se comportaram como «neuróticos obsessivo» (de acordo com o conceito de José Gil em «Portugal, Hoje») que estão convencidos de que os seus pensamentos valem por acções, que o desejo de agir equivale a uma acção efectuada. E, como a realidade nos mostra, no caso dos nossos políticos, nem sempre as palavras correspondem a pensamentos claramente formulados. O próprio Vítor Gaspar, acaba por se distrair e confessa que não tomou as medidas mais adequadas ao problema que tinha entre mãos.

Agora, já passados 18 meses de governo se volta a falar que sem redução do Estado "haverá aumento de impostos em 2014" mas que o Governo está aberto a propostas sobre reforma do Estado e que aceita propostas sobre reforma do Estado até Junho de 2013, data em que terão já sido perdidos dois anos de retrocesso. E para refrear as esperanças optimistas e tirar ilusões falaciosas, logo Cavaco Silva alerta, para que Reforma do Estado vai levar muitos meses.

Mas, entretanto, uns «boys» fanáticos apoiantes e defensores incondicionais do seu líder, talvez movidos pelo objectivo pessoal de não perderem oportunidades de enriquecimento rápido à custa do Estado, afirmam e fazem circular por e-mails que já não há «gorduras» a cortar. Isso é total ausência de sentido de Estado, de dedicação ao bem público, falta de sensatez e noção das realidades.

Mas as pessoas que estão atentas interrogam-se:
Quantos assessores inúteis existem nos gabinetes dos governantes e deles dependentes?
Quantos «observatórios» existem sem servirem para nada que seja indispensável e realmente útil?
Quantas fundações são financiadas pelo Estado só para benefício dos seus administradores, etc...?
Quantas empresa são subsidiadas para produzirem touros e outras futilidades?
Quantos funcionários a receber como nababos estão inscritos como «trabalhando» no gabinete do PM? 57 ?
Quantos carros possui o Estado? Para quê?
Não chegariam dois (no máximo) por cada serviço?
E esses poucos que ficariam não poderiam ser mais baratos?
E a PR paga salário a quantos «colaboradores»?
Não poderiam ser reduzidos a 10% ou menos?

Gorduras? Para se aumentar a lista basta puxar pela cabeça e topamo-las a cada passo!!! Para quê tanta ostentação de opulência sem bases para a suportar?
Na realidade, os governantes e seus amigos e coniventes vêm vivendo muito acima das nossas possibilidades.

Efectivamente, se forem reduzidas as mordomias e simplificada a estrutura do Estado e a burocracia, as despesas ficarão muito reduzidas, com maior dinamismo da acção administrativa e sem tanta oportunidade ao enriquecimento ilícito e à corrupção.

Claro que depois haverá menos energúmenos a quererem ser políticos... mas daí não vem mal à Nação, pois darão lugar a pessoas sérias que não se importarão de contribuir para o engrandecimento de PORTUGAL, sem estar subjugados à ambição obsessiva do enriquecimento por qualquer forma, como vem acontecendo.

Enfim, isto exige um debate público, aberto, sem censura, com incentivo a que os portugueses possam exprimir o seu pensamento serenamente, sem amarras nem repressões. Oxalá os responsáveis consigam encontrar o melhor rumo para bem dos portugueses de hoje e de amanhã.

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quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Mar, Agricultura e Indústria

Transcrição de artigo de opinião que convida a meditar sobre as palavras, ideias ou intenções e as realidades visíveis:

A expiação de Cavaco
Económico. 22/11/12 00:25 | Helena Cristina Coelho

Rodeado por criativos e especialistas em tecnologia e inovação, Cavaco Silva subiu ao palco para falar do futuro.

Rodeado por criativos e especialistas em tecnologia e inovação, Cavaco Silva subiu ao palco para falar do futuro. Mas foi ao passado que acabou por regressar ontem, na abertura do Congresso das Comunicações. Os portugueses, alertou o Presidente, precisam de voltar a olhar para os sectores que esqueceram nas últimas décadas: o mar, a agricultura e a indústria. Isto porque, justificou, é preciso ultrapassar estigmas, é obrigatório criar riqueza no país, é urgente gerar novas bases de crescimento económico. E isso deverá passar por produzir mais e melhor esses produtos e serviços, para chegar aos mercados externos.

Se Cavaco Silva acredita mesmo que a regeneração económica do país passa por voltar a investir em sectores que passaram as últimas décadas a ser esvaziados, é bom que saiba como isso se faz. Porque, nesses mesmos anos, pouca gente ou quase ninguém soube como (ou conseguiu) travar o declínio das pescas, o abandono das terras ou o fecho sucessivo de fábricas.

O próprio Presidente, num artigo de opinião publicado há um ano no ‘Expresso', já discursava nesse sentido. Que venham mais apoios para a agricultura, que se incentivem os jovens, escreveu na altura. Metas bem intencionadas - só é pena que colidam com os números que seguem em sentido contrário.

Já nessa altura, apenas 2% dos agricultores tinham menos de 35 anos e 10% tinham menos de 45 anos, com tendência a agravar-se. É possível que hoje sejam mais, empurrados pela crise e pelo desemprego a criar novas oportunidades onde (ainda) há abandono e desinvestimento.

Mas quantos destes - apesar de tudo, nobres e necessários - projectos empreendedores podem dar verdadeira escala à economia portuguesa? E quantos serão necessários para que Portugal resgate da sombra sectores tão maltratados como o mar, a terra ou a indústria?

Haverá muitos culpados nesta história, desde as políticas e quotas comunitárias que condicionaram os volumes de produção no país, aos subsídios que fomentaram muita dependência e comodismo em vez de competitividade, sem esquecer o próprio plano económico do país que, a certa altura, preferiu o betão das autoestradas a pastos e searas.

Cavaco Silva estava lá e sabe como poucos o impacto que essas decisões tiveram na sobrevivência desses sectores. O que faz parecer esta sua proposta um acto de expiação pelos factos passados. Os portugueses, ao contrário do que diz o Presidente, não esqueceram esses sectores - tanto é que muitos estão a regressar a esses negócios, investindo, inovando, diversificando. Porque sabem que o mar, a agricultura e a indústria estão longe de se esgotar no peixe, na fruta ou numa peça de roupa. Mas acreditar que isso basta para alavancar a economia não é um plano para o futuro. Parece mais uma remissão do passado.

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quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Procurar assegurar o futuro

É costume dizer-se tanto mal da Comunicação Social, que devemos elogiar a iniciativa do Correio da Manhã, com este alerta para se procurar assegurar o futuro de PORTUGAL, já hoje em condições muito idênticas às de protectorado e que, se não se arrepia a recessão e se desenvolve a economia, poderá ter de sofrer a extinção completa.
Transcreve-se o editorial de hoje, com uma formatação que se pretende mais didáctica a fim de ser melhor assimilada pelos políticos, normalmente pouco dados à leitura:

Resgatar o futuro
Correio da Manhã. 21-11-2012. 1h00. Editorial

Os dados estatísticos confirmam que a demografia portuguesa caminha rapidamente para o precipício.

Um país cada vez mais envelhecido, com cada vez menos crianças e onde os jovens emigram, é um país sem futuro, em vias de extinção.

O poder político, submerso pelo caos da dívida e do défice, esquece-se do futuro e não sabe que a economia não passa da temperatura da demografia.

Esta bomba demográfica vai rebentar numa crise económica ainda maior, num país de velhos sem dinheiro para reformas e sem activos para trabalhar. É preciso inverter a tendência para salvaguardar o futuro.

O CM lançou este ano uma campanha simbólica de incentivo à natalidade nos concelhos do Interior mais despovoados. O ‘Viva a Vida’ é um grito de alerta. Mas é preciso mais, e o poder político tem um papel determinante.

Mas não é com subsídios que se resolve o problema.

As famílias precisam de receber fortes deduções em IRS por cada filho.

Por outro lado, a resposta social tem de ser mais eficaz, a oferta pública de creches deve ser maior, mais flexível e mais barata para as famílias.

É preciso haver infantários que estejam abertos à noite e aos fins-de-semana, quando milhares de mães e de pais são obrigados a trabalhar.

É preciso começar hoje a resgatar o futuro.


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Barak Obama declara gratidão aos soldados

"...É graças aos soldados, e não aos sacerdotes, que podemos ter a religião que desejamos.

É graças aos soldados, e não aos jornalistas, que temos liberdade de imprensa.

É graças aos soldados, e não aos poetas, que podemos falar em público.

É graças aos soldados, e não aos professores, que existe liberdade de ensino.

É graças aos soldados, e não aos advogados, que existe o direito a um julgamento justo.

É graças aos soldados, e não aos políticos, que podemos votar..."

BARACK OBAMA no MEMORIAL DAY


Nota de António Neves:

Estas palavras calam fundo em qualquer um de nós que durante uma vida vestiu um uniforme e fez, do servir a Pátria e a sociedade, a sua razão de ser. Subscrevo-as totalmente.
Felizes dos países que têm à frente dos seus destinos, homens ou mulheres com o perfil e a estatura do Presidente Obama.

Recebido por e-mail

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Governar é tomar medidas a favor da Nação

Governar é tomar decisões e medidas, para o que devem ser tidos em consideração todos os factores que levem às melhores soluções e, para isso, não pode esquecer-se as pessoas que vão sofrer as consequências ou delas beneficiar. As pessoas são a principal componente dos interesses nacionais.

A componente fundamental de um Estado é a Nação, isto é, o conjunto dos cidadãos, e nada deve ser feito em seu prejuízo, mas sim tudo deve ser feito para seu benefício. Não deve ser esquecido o velho lema «Tudo pela Nação, Nada contra a Nação».

Um governante da área das finanças não pode limitar-se a ser «operador de calculadora», a usar apenas os números gerais e estatísticos, dentro das paredes do gabinete, ignorando os portugueses, riscar planos teóricos em papel branco, como se o país não fosse uma geografia variada de pessoas e outros condicionamentos, como diz Santana Lopes ao exortar a troika a deixar de impor medidas de «régua e esquadro». Não podem ser desprezadas sugestões, porque de entre todas pode aparecer algo de muito positivo e útil como esta, de político experiente.

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

Previsões e promessas incríveis não geram confiança

Depois de tanto ter sido publicado a criticar a austeridade excessiva que bloqueou a economia, originando o encerramento de muitas empresa, o aumento preocupante da taxa de desemprego, o aumento da emigração de jovens válidos, muitas famílias a sofrer duras carências, o crescente recurso à alimentação em refeitórios de instituições de apoio social, etc, Gaspar reconhece que não encontrou a melhor solução para a crise e admite que teria tomado decisões diferentes. Faltou-lhe utilizar o método pensar antes de decidir.

Por seu lado, o Governo prevê recuperação mais fraca em 2014, o ano depois do próximo. Mas mais fraca do que qual? Neste ano não está prevista recuperação e não há sinais visíveis de inversão da tendência, apesar de Passos, em meados de Agosto, ter anunciado o fim da recessão em 2013 e de o PSD dizer que “dados começam a ser favoráveis”.

A repetição de previsões não confirmadas e de promessas não cumpridas devia levar os políticos a serem moderados e sensatos e não lançarem poeira aos olhos dos cidadãos. Quais são os dados que são favoráveis? Seria aconselhável indicá-los e explicar o seu significado, a fim de o desejado optimismo ter uma base racional e não ficar por palavras em que já poucos acreditam.

Os sinais que chegam aos cidadãos são o oposto, isto é, desfavoráveis, como os que se referem aos salários em atraso até Setembro que são mais do dobro do que todo o ano de 2011 ou os que dizem que mais 100 mil pessoas perderam o emprego desde o início do ano e que a taxa de desemprego bate novo recorde e chega a 15,8%.

Um amigo disse-me hoje que há um ano recebeu de pensão, menos 21,33% do que em Novembro de 2010 e que hoje viu que recebeu menos 48,94% do que em Novembro de 2010. Claro que aqui está contido o corte do subsídio de Natal. Mas com esta sequência de cortes desde que o actual Governo apareceu a prometer melhorar a vida dos portugueses, o que se pode esperar para Novembro de 2013 e 2014 e por aí adiante?

As realidades não se compadecem com palavras piedosas. Recordo uma frase de José Gil no sei livro «Portugal, Hoje» «… neurótico obsessivo que crê que os seus pensamentos valem por acções (o desejo de agir equivale a uma acção efectuada)». E, no caso dos nossos políticos, nem sempre as palavras correspondem a pensamentos claramente formulados.

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Bullying no POLVO ???

O Ministério das Finanças impediu Justiça de comprar carros usados quando o secretário de Estado da Administração Patrimonial da Justiça, Fernando Santo, pretendia comprar viaturas com menos de quatro anos e número reduzido de quilómetros, para renovar 10% da frota e esbarrou com o parecer negativo da ANCP, entretanto fundida num novo organismo, a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública.

Esta posição por parte das Finanças é lógica!!! A Justiça iria dar um exemplo que os governantes e outros utilizadores de carros de alto preço e último modelo não estão interessados a seguir. Seria um termo de comparação desagradável para os outros membros do POLVO. O fenómeno não é novo e tem sido muito falado a propósito da intimidação e ameaça nas escolas (bullying) aos melhores alunos, por «estarem a prejudicar a turma» com o «péssimo exemplo» que dão, deixando os colegas em má posição em qualquer comparação.

Se a argumentação das Finanças assenta no valor das despesas de manutenção, pergunta-se porque não impõem à Justiça a compra de carros novos de menor cilindrada e preço, para não ultrapassar o total que querem gastar? É certo que aí também não caem por não se sintonizar com o bullying que estão a impor dentro do polvo.

Parece confirmar-se o que tem sido dito: a crise desenvolveu-se porque o Polvo vive acima das nossas possibilidades.

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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

É necessária verdade e transparência

Transcrição de notícia:

As dúvidas de Marcelo 
Publicado em «maiortv» em 18 Novembro 2012, 23:57

O professor Marcelo Rebelo de Sousa tem dúvidas que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, controle as contas públicas

“Ele (Vítor Gaspar) está a controlar mesmo as despesas do Estado? Tenho dúvidas. A sensação que tenho é que ele controla no papel, em termos macro, de valores efectivos. Duvido que controle, efectivamente, as despesas do Estado. Mas, pior do que isso: se a situação muda na Europa todos os dias, é instável e imprevisível, e nós dependemos muito da Europa porque é que se insiste em fazer previsões muito rígidas que são desmentidas dai a 15 dias?”.

No seu habitual espaço na TVI, o comentador sugere que o Governo diga que “há uma margem de incerteza interna e internacional que explica que se está a funcionar dentro de certos limites e que essa incerteza torna impossível ser-se muito certo e peremptório”. Por isso, acrescenta, Vítor Gaspar devia ser menos assertivo.

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domingo, 18 de novembro de 2012

Problema em Portugal (e no mundo)



Rcebido por e-mail acompanhado pelo seguinte texto:

ESCUTEM. APENAS ESCUTEM.

Depois de escutarmos isto – onde tudo o que é preciso saber está dito – cada um de nós que se ponha ao espelho da sua consciência e decida o que pretende fazer da vida.

Na verdade, só temos duas opções:

1 – Por acção ou inacção continuarmos a apoiar este estado de coisas e a suportar a canga opressiva;
2 – Soltarmos o nosso Grito do Ipiranga e fazermos valer o facto de sermos mais. A MAIORIA. Ou seja:

Para não ter protestos vãos,
para sair deste antro estreito,
façamos nós por nossas mãos,
tudo o que a nós diz respeito!

Podia ser simples, se tantos de nós não fossem… o que são. E que, por pudor, não digo. E porque eles sabem o que são.

Abraço.
jc

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Propaganda enganosa

Algumas frases extraídas da notícia Seguro acusa Governo de propaganda enganosa:

"A propaganda do Governo tenta dar a ideia que os portugueses vão pagar menos 0,5 por cento de impostos no próximo ano, não é verdade"

"O Governo apresenta uma proposta de Orçamento de Estado que é a proposta que mais aumenta os impostos desde o 25 de abril. Um aumento de 30 por cento no IRS dos portugueses, o aumento de impostos maior da nossa história",

"Este caminho (austeridade) vai pôr o país numa situação muito mais difícil do que já está actualmente, e nós já estamos numa situação de pré rutura social, por isso, mudança, mudança, mudança, é a palavra-chave".

É preciso uma "mudança" das políticas de austeridade para uma "estratégia de crescimento económico".

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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Polvo asfixia contribuintes

Transcrição de artigo:

 A culpa é do polvo
Correio da Manhã 16-11.2012. Por: Paulo Morais, Professor universitário

A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável.

Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de "boys", criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma.

A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha. E foram as vigarices de Isaltino Morais, que nunca mais é preso. A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.

Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes sentir raiva e exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público-privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.

Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia.

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Raramente acertam à primeira

Transcrição de notícia do Correio da Manhã, seguida de NOTA:

Corte na Educação será de 5%. Garantia de ministro Nuno Crato

O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, garantiu ontem ao Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) que o corte no orçamento de 2013 será de cerca de 5% e não de 9,4%. Cruz Serra, presidente do CRUP, disse que as dificuldades se mantêm mas “a situação já não será ingerível”.

NOTA: Esta é mais uma prova de que os governantes, salvo eventuais excepções, só pensam depois de errar. Este acaba por fazer um recuo de 46,8% passando de 9,4% para 5% o corte que queria fazer sem, pelos vistos, ser necessário. É pena não aprenderem a pensar antes de decidir e, agindo desta forma, mostram a utilidade e necessidade de manifestações e greves para exigir a correcção de medidas tomadas levianamente sem o sentido de responsabilidade de quem tem nas mãos o destino de um país e seus habitantes actuais e futuros.

Para que servem tantos assessores, especialistas, consultores, etc., se as decisões são tomadas por palpite, como se fosse um jogo de lotaria? Se agissem com democracia e transparência a preparação do corte teria sido feita em estudo concorrente em que seriam inseridos os diversos escalões da hierarquia administrativa, o que não impediria o ministro decidir atendendo também a factores políticos que explicasse para que os tutelados compreendessem e aderissem às medidas finais. Assim, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) teria sido ouvido antes e não depois do erro cometido e evitava o recuo e o corte do corte, nada prestigiante. Mas, infelizmente, raramente acertam à primeira.

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quinta-feira, 15 de novembro de 2012

China não é poderosa por acaso

Xi Jinping, de 59 anos, foi eleito Secretário-Geral do PC Chinês e, consequentemente, Presidente da República Popular da China sucedendo a Hu Jintao e assume a chefia das Forças Armadas.

Ele e os novos membros do Comité Permanente declaram estar empenhados em “garantir uma vida melhor” ao povo chinês.

Xi disse: "Para cumprir as nossas responsabilidades, vamos liderar o partido e o povo de todos os grupos étnicos e fazer esforços permanentes de libertar o nosso espírito, fazer reformas, desenvolver as forças produtivas e trabalhar muito para resolver os problemas do povo".

Além desta tónica da melhoria do bem-estar do povo, colocou ênfase no combate à corrupção, dizendo: “Se falharmos em resolver correctamente esta questão [da corrupção], ela poderá tornar-se fatal para o partido, e mesmo causar o seu colapso e o do Estado”.

Também se refere à reorganização da máquina do Estado como se vê nesta s palavras: "Todo o partido tem de se manter alerta. Não vamos ser complacentes. Sob as novas condições, o nosso partido enfrenta enormes desafios e há problemas prementes que o partido tem de resolver, em particular a corrupção, o divórcio com o povo, as formalidades e a burocracia".

É de realçar a ligação com o povo, o combate â corrupção e às causas que a suportam., as quais, como nós sabemos por experiência, são as formalidades exageradamente complexas e a burocracia excessiva, muito além do indispensável.

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«Profecia» de há 15 anos

Transcrição de texto recebido por e-mail

A moeda única

«A moeda única é um projecto ao serviço de um directório de grandes potências e de consolidação do poder das grandes transnacionais, na guerra com as transnacionais e as economias americanas e asiáticas, por uma nova divisão internacional do trabalho e pela partilha dos mercados mundiais.

A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e a pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmantelamento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado.»
Carlos Carvalhas, Secretário-geral do PCP — «Interpelação do PCP sobre a Moeda Única», 1997

NOTA: Publicam-se aqui assuntos a que se atribua interesse para analisar o que se passa na sociedade nacional e internacional, independentemente do autor ou da sua ideologia.
Este pequeno texto é útil para compreender o que está a passar-se no âmbito da actual crise e nas medidas, por vezes aparentemente ilógicas e incoerentes em relação ao resultado desejável, que têm sido tomadas para a debelar.

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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

«Rigor» das «previsões» do Governo

Em situação de crise e de instabilidade, não é fácil acertar em previsões. Em vez de previsões será preferível falar de «resultados esperados» das medidas tomadas com base em estudos e planos estratégicos. Se as medidas forem cuidadosamente preparadas, certamente, será relativamente fácil esperar resultados adequados.

Infelizmente, não tem sido esse o caso no governo actual nem nos anteriores, devido a «qualquer incapacidade» que não tem sido admitida pelos próprios.

Já em 27-04-2012, o Ministro das Finanças confessou erro de previsão admitiu que a taxa de desemprego estava em níveis mais elevados do que o estimado. Isso levou a estranhar a falta de realismo do ministro, pois não podia ser esperado resultado diferente da austeridade que os mais sérios pensadores no sector não se cansavam de criticar e dizer que esse caminho não levaria á solução da crise, antes a agravaria. Era isso que estava a confirmar-se.

Não havia razão para surpresa. Com efeito, a exagerada austeridade retirou o pouco poder de compra daqueles que não podem deixar de gastar em consumo tudo o que ganham (não têm margem para poupar e muito menos para investir em especulação financeira), e que, por isso, agora têm que consumir menos, donde resulta menor facturação nas empresas de comércio, obrigando muitas a fechar. Depois, a redução das vendas provoca a redução da produção e muitas indústrias, à falta de procura, fecham. De tudo isto resulta despedimentos e desemprego. Não havia, realmente, motivo para o espanto do MF. O espanto é dos cidadãos que vêm os governantes a viver completamente alheios às realidades dos portugueses e, portanto, sem inspirarem esperança e confiança num futuro melhor.

Depois, em Agosto, veio a notícia Passos anuncia o fim da recessão em 2013 desmentida poucos dias depois pelas notícias acerca das dificuldades temidas para os meses que se aproximavam e para o OE de 2013.

Agora, surge a notícia Primeiro-ministro diz que desemprego está "em linha com as previsões" que é incompreensível, pois nada consta que fosse previsto para esta data uma taxa de desemprego que bate novo recorde e chega a 15,8%.

Mais uma vez ficamos perplexos sem saber se podemos confiar nas afirmações e garantias de governantes. Para onde nos estão a levar? Quais são as suas «previsões» para os próximos seis meses? E para o próximo Natal, que está à porta?

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terça-feira, 13 de novembro de 2012

Ensino Dual e Reindustrialização

Por vezes, é indispensável um facto especial para ser chamada a atenção para ideias com interesse. É o caso da visita de Merkel.

O ministro da Economia diz que Portugal está interessado em apostar na reindustrialização. Explica que «temos de voltar a apostar na indústria. Será através da industrialização que voltaremos a ser mais competitivos e a crescer». E aponta o caso da Alemanha que« tem dado o exemplo de como a aposta na indústria é a melhor maneira de criar emprego».

E para atrair investimento estrangeiro destacou as «reformas para o fiuturo» que o país está a fazer: mercado de trabalho, licenciamento empresarial, novo código de insolvências, nova lei da concorrência, um pacote de privatizações ambicioso, fim das golden share, liberalização do mercado de energia. Diz que "Estamos a reconstruir Portugal, a devolvê-lo à indústria, ao sector produtivo e à agrícola... Fazemo-lo por nós".

Por outro lado, o jornalista Pedro Sousa Carvalho informa que «o ministro da Educação e Ciência, que segundo consta é economista e doutorado em Matemática Aplicada, está a fazer uma verdadeira reforma estrutural no ensino que, se for levada até ao fim, pode ter um impacto verdadeiramente importante na economia: o ensino dual.»

Diz que «o ensino dual, se for levado a sério, pode ser uma das soluções para o crescimento da economia a longo prazo. É Nuno Crato a importar o que de melhor se faz na Alemanha. No País de Merkel, onde o sistema dual envolve empresas que representam mais de 80% do PIB, os alunos desde os 10/11 anos são encaminhados, por recomendação dos professores e com o consentimento dos pais, para um sistema de ensino profissional, e quando terminam a formação técnica estão aptos para trabalhar nas Audis, Volkswagen, Bosch e Siemens desta vida.

«O ensino dual não é só importante para atenuar o desfasamento entre o que se aprende nas escolas e as necessidades do mercado de trabalho. Também é importante para contrariar uma tendência preocupante que se tem instalado na economia portuguesa nas últimas décadas que é uma grande predominância do sector dos serviços sobre a actividade industrial, que não se desenvolve e não atrai mais empresas estrangeiras também por culpa da falta de técnicos qualificados (…) E aqui, seja feita justiça a Álvaro Santos Pereira que nos últimos tempos tem batido muito na tecla da necessidade de reindustrialização para inverter uma lógica pouco saudável que se tem instalado no nosso tecido produtivo.

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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Reclusos de Viseu dão lição de solidariedade social

Segundo a notícia Solidariedade dos reclusos de Viseu alimenta cantinas sociais da cidade, o Estabelecimento Prisional do Campo, em Viseu funciona num edifício dos anos 50, foi inaugurado em 1960 e serviu inicialmente como casa de correcção para meninas. A Instituição dispõe de uma quinta com seis hectares, com um caseiro, Alberto Nicolau, desde 1978, que é o responsável por ensinar os reclusos a trabalhar a terra.

Este emprego útil dos reclusos constitui um procedimento que a actual direcção do estabelecimento prisional vem aplicando desde a sua tomada de posse, em 2003. Miguel Alves, o director, assume-se um defensor do "trabalho dentro dos estabelecimentos prisionais", que considera um factor de reinserção essencial. Este Estabelecimento constitui uma cadeia de regime aberto, com apenas 21 reclusos e seis guardas.

"Quem quiser vir para este estabelecimento tem de fazer uma espécie de contrato, com quatro cláusulas:
- ser responsável e estar disponível para fazer tudo o que for necessário;
- ter um comportamento exemplar;
- estar consciente de que pode ou não ganhar dinheiro;
- e aceitar apenas visitas aos fins-de-semana." Diz o director.

Nesta cadeia não há muros altos e os guardas prisionais são apenas seis. "Cada recluso sabe que esta é uma oportunidade que lhe está a ser dada, para, no futuro, ter uma vida mais qualificada", salienta o director. Para Miguel Alves, o modelo seguido nesta cadeia pretende incutir a noção de que os reclusos "podem ser úteis". "Aqui, são. E queremos que continuem a sê-lo no resto das suas vidas." Este caso dissipa o aspecto de punição e realça o de recuperação e preparação dos reclusos para a vida futura com dignidade e serviço ao País e aos portugueses. É um exemplo a seguir.

Os reclusos que trabalham a terra constituem um grupo ou brigada que tem como missão tratar da quinta, isto é, de limpar e amanhar o terreno para a sementeira, plantar, cuidar e colher os produtos hortícolas destinados a consumo da Instituição, venda a particulares e uma boa parte acaba nas cozinhas dos refeitórios sociais do concelho de Viseu, e armazenar alguns dos alimentos. Além de acto de solidariedade, constitui um trabalho gratificante para homens que o encarceramento não "desumanizou".

A couve e a nabiça são dois legumes cuja colheita se faz por esta altura do ano. Nos últimos dias têm saído, em média, cerca de 60 quilos destes vegetais de cultura 100% biológica. Desde o início do ano, já foram distribuídas mais de duas toneladas de alimentos por instituições de solidariedade. A Cáritas, por exemplo, é uma das instituições que agradece a solidariedade dos reclusos.

Inserido na ideia de recuperação e inserção social dos reclusos pelo trabalho, este sistema abrange também a brigada de obras que recupera o edifício a necessitar de importantes trabalhos de manutenção e, para aproveitar as habilidades de marceneiro de um dos reclusos, dispõe também de uma oficina em que se dedica a restaurar móveis. O artífice diz que lhe abriram a porta para seguir o bom caminho e que o exemplo deste Estabelecimento Prisional deveria ser seguido por outras prisões porque dentro das cadeias há pessoas que são humanas e têm arte, sendo preciso saber aproveitá-las e dar-lhes oportunidades.

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Portugal para alemães conhecerem

Aq

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Três pedidos a Merkel

Transcrição de artigo com o mesmo título, publicado por Bruno Proença em Económico de hoje:

A chanceler alemã estará hoje em Lisboa cinco horas. Cercada por segurança máxima, estará com Cavaco Silva, Pedro Passos Coelho e numa conferência com empresários. Embora curta, a visita tem o seu significado. Não por aquilo que Merkel tem para dizer, mas pela oportunidade de lhe fazer um conjunto de pedidos cara-a-cara.

O primeiro é mais sociológico. É necessário explicar a Merkel que nós não somos um povo desgovernado e irresponsável que tem de ser castigado pelos protestantes do Norte da Europa, depois de uma década a viver do crédito. Os números do endividamento externo do país são a melhor prova de que ocorreram exageros. Porém, foram em grande parte motivados pelos incentivos vindos de uma União Europeia comandada pela ortodoxia alemã. Durante anos, os juros fixados pelo BCE foram demasiado baixos para a situação da economia nacional, empurrando as famílias e as empresas para uma situação financeira insustentável. Mas os juros foram sempre fixados tendo em conta os interesses dos grandes Estados europeus.

O segundo pedido é político. Desde a sua origem, o projecto de uma Europa unida tinha dois objectivos complementares: evitar novas guerras promovendo o crescimento económico e o desenvolvimento social. A Europa vive o maior período de paz de sempre e, apesar de alguns recuos, estamos todos mais ricos do que na altura. Perante a actual crise, é necessário recuperar os dois objectivos fundadores e esquecer a teoria de que o empobrecimento é bom e virtuoso. A integração europeia - o euro - só faz sentido se permitir o desenvolvimento dos Estados-membro. Caso contrário, ninguém quer esse caminho. Portanto, é necessário voltar às políticas que promovam o crescimento económico.

O terceiro pedido é económico. Os portugueses não recusam fazer o seu ajustamento financeiro e económico. Prova disso é que já estão a suportar o maior agravamento fiscal e os cortes nas prestações sociais mais drásticos da história recente. Mas esperam solidariedade do resto na Europa. Nomeadamente, com juros e prazos para pagar os empréstimos externos mais favoráveis, o que permitirá libertar dinheiro para medidas para estimularem o PIB potencial da economia. E depois mais investimento estrangeiro dos países do Norte da Europa que estão a ganhar muito com a crise dos periféricos, conseguindo condições de financiamento nunca vistas.

A conversa com a chanceler alemã pode ser muito rica desde que os políticos nacionais tenham a coragem de levar uma agenda bem preparada e que defenda os interesses de Portugal. Que se saiba, até agora tem sido mais Merkel a falar e Passos Coelho a tomar notas. Os resultados não aparecem. É altura de mudar de estratégia. Até porque, como disse Merkel, a crise está longe do fim. E o FMI já avisou: a tempestade vai chegar a Berlim.

Alguém explica

Quando os políticos têm que vir explicar as suas próprias palavras, não é muito bom sinal. Este fim-de-semana, António José Seguro sentiu a necessidade de sublinhar novamente que o PS não é contra a reforma do Estado Social, mas opõe-se ao corte dos quatro mil milhões de euros na despesa. Seguro não necessita de repetir porque todos já perceberam. A questão é outra: para que serve a reforma do Estado se não permitir reduzir os gastos públicos? Isto é que o secretário-geral dos socialistas devia explicar ao pormenor.

Imagem do Económico

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domingo, 11 de novembro de 2012

Reconstrução do País

Já em 17-11-2008, foi publicado o post Utilidade da crise!!! e agora a ideia vem sendo reforça, por Isabel Jonet que aconselha a dispensar o supérfluo e desnecessário para podermos ter o necessário e útil e também por João Vaz, redactor principal do Correio da Manhã, que aconselha os portugueses deixar de discutir o sexo dos anjos e a focar as energias na procura de uma saída da crise.

E diz que, sendo difícil crescer economicamente, por escassez de financiamentos, é preciso:
- Atrair o investimento estrangeiro,
- mostrar capacidade de trabalho e inovação e
- gerar rentabilidade

Acrescenta que «esta trindade é a base de reconstrução do País, destroçado pelo desgoverno, a corrupção e a falta de justiça».

Alguns «sábios», apologistas de palavras raras mas sem comunicarem conteúdo significativo, dizem que isto são banalidades que nada acrescentam, mas na realidade isto não são banalidades, mas sim conceitos, preceitos práticos, valores insubstituíveis, que não devem ser postergados, mas sim repetidos até que o bom povo que constitui o âmago da Nação os interiorize e pratique.

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Retrato dos portugueses ???

Francisco Moita Flores traça um retrato dos portugueses, talvez real mas pouco favorável. Será que a crise nos irá melhorar? Ou será que continuaremos fieis à tradição expressa pela frase « somos isto há séculos»? Eis o artigo:

Carta a Merkel
Correio da Manhã. 11-11-2012. 1h00. Por: Francisco Moita Flores, Professor Universitário

Minha Estimada Senhora, Deixe que a cumprimente e deseje boas-vindas ao nosso país. Não vai aprender muito, pois a visita é curta, para conhecer melhor este Portugal pequenino mas belo, arruinado mas marialva.

Um país e um povo que adora a Alemanha. Se nos conhecesse pelos electrodomésticos, desde frigoríficos até à banal torradeira, saberia que talvez metade das nossas casas são alemãs. E não falo dos automóveis. Aí somos verdadeiramente alemães. Seja como for, saberá que para além dos cumprimentos formais, não vai ser calorosamente recebida.

A senhora é a culpada maior de todos os males que aconteceram a esta terra nos últimos anos. É recebida, como diz Louçã, como uma assaltante que nos rouba encabeçando uma conhecida quadrilha de especuladores. É a líder de um pacto de agressão contra o País, diz Jerónimo de Sousa, a chefe de uma quadrilha internacional que decidiu esmifrar o tutano das nossas miseráveis carteiras. Mas desde logo vai perceber a nossa natureza. Somos pedinchões e aprendemos historicamente que a culpa é sempre dos outros. O nosso maior partido da oposição já lhe pediu mais investimento, centenas de analistas sabem que são inocentes e a culpa é sua. Está no país onde para beber uma cerveja, a bebida que tão bem conhece, pedimos tremoços. À borla, claro.

O nosso Governo, certinho, bom aluno, dar-lhe-á esse encantamento: podemos morrer à fome mas pagamos. No fundo, não ligue muito ao arraial de submissões que vai receber nem à berraria que a vai ensurdecer. Somos isto há séculos. O nosso saber, democraticamente distribuído, não vai além da Cartilha Maternal de João de Deus, embora com um poderoso exército de rapazes, ainda que improdutivos, com centenas de discursos morais sobre si, os outros e o País. Temos, por tudo isto, uma boa experiência na preguiça, no ressabiamento e em declararmo-nos sempre inocentes.

Quando partir, logo se arranjará culpado mais à mão. Vá com Deus, minha senhora. E se quiser arrumar todas as catilinárias contra si, compre uns jogadores de futebol. Por uns milhões valentes. O nosso bem-estar é a alma da bola. E verá que, por aí, será ovacionada à partida. E nós voltaremos aos tremoços e à imperial, discutindo aquilo que não somos para depois, já bêbedos, chorarmos a sua partida ao som do faduncho da desgraçadinha.

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sábado, 10 de novembro de 2012

Evitar desperdícios



Vem no seguimento dos últimos posts. Temos que evitar o secundário e supérfluo para todos termos o necessário e útil.

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Isabel Jonet, as palavras e os actos

Transcrição (seguida de NOTA) de artigo de igual título publicado no Expresso e- 9-11-2012, por Henrique Monteiro:

A presidente do Banco Alimentar deu umas opiniões, anteontem à noite, na SIC Notícias. Ontem, durante todo o dia, foi simbolicamente queimada na fogueira das redes sociais; hoje segue o auto-de-fé em alguns jornais. Salvo algumas boas almas (de esquerda e de direita) que a tentaram compreender, o veredicto foi unânime: ela disse o que não se pode dizer.

Na sociedade actual, como no tempo da Inquisição, todos temos de andar com um credo na boca. Tal como o credo católico, também este se baseia em crenças e não em factos! E o que disse Isabel Jonet? Enfim, disse o que pensa e isso hoje pode ser quase um crime. Tanto bastou para os arautos do politicamente correcto se porem em acção. Uns escreveram que não dão nem mais um quilo de arroz enquanto ela for presidente do Banco Alimentar; outros exigiram a sua demissão (da instituição privada que ela dirige há anos); uma série deles acusou-a de insultar os pobres (embora os próprios não sejam pobres sabem quando os pobres se sentem insultados) e um movimento ameaça-a de não sei o quê.

A obra de Isabel Jonet fala por si. Mas há uma certa categoria de gente para quem o importante são palavras. Para quem os pobres não são pessoas reais, com qualidades e defeitos, mas categorias político-filosóficas abstractas. Claro que nenhum daqueles que critica violentamente Isabel Jonet terá feito um centésimo do que ela fez no combate à pobreza e à fome em concreto. Mas a pessoas assim não interessam obras nem actos concretos. Apenas ideias e palavras.

E vivem iludidos com palavras a vida toda.

NOTA:
No primeiro contacto com as referidas palavras de Isabel Jonet, a quem os pobres de Portugal muito devem, interpretei a sua mensagem como um apelo à necessidade de mentalizar as pessoas para a boa gestão dos seus recursos, que é preciso que desçam da fantasia e caiam na realidade, deixem as nuvens e coloquem os pés no chão.
As palavras foram proferidas de improviso sob a pressão da apresentadora do programa e não saíram com a perfeição adequada, mas o empobrecimento que refere será a descida á realidade daqueles que vivem obcecados com as aparências, com o «faz-de-conta», o exibicionismo de riqueza muitas vezes inexistente, a vaidade, a ostentação do telemóvel, ipad, ipod, etc do último modelo, em detrimento do essencial, do seu valor intrínseco, da comodidade e do agrado da vida.
O mal podia ser remediado com melhores exemplos dos eleitos. Não seria necessário chegar ao ponto de ir de bicicleta para o gabinete de trabalho, mas também não é necessário usar um carro de topo de gama, pois um utilitário dos mais baratos não reduz a competência, a capacidade de tomar boas decisões, a eficácia dos despachos. Por isso, concordo com o artigo de Henrique Monteiro e lamento as palavras injustas daqueles que vivem de ilusões e não descem abaixo da superfície de uma notícia, ficam pela casca e não saboreiam o sabor da fruta.

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