quinta-feira, 27 de março de 2014

MENTIRAS E «INVERDADES» ANTES DAS ELEIÇÕES

É habitual que, durante as campanhas eleitorais, surjam promessas pouco sérias a fim de captar votos dos eleitores mais distraídos, crédulos e com menos capacidade de selectividade.
Porém, estamos ainda a quase dois meses das próximas eleições para o Parlamento Europeu e já surgem da parte do Governo promessas díspares denunciadoras de desorientação nos partidos da coligação. É certo que isso foi, em grande parte, devido à precipitada e impensada resposta aos documentos vindos a público dos 70 e dos 74 acerca da reestruturação da dívida pública. Mas esse desnorte demonstra incapacidades, dificilmente desculpáveis em entidades que assumiram tão altas responsabilidades, para reflectir serenamente nos problemas antes de emitir opinião.
Vejamos alguns títulos das notícias vindas a público que evidenciam tal descoordenação: Para ler um artigo deverá fazer clic no seu título. A seguir a alguns títulos está uma nota escrita de improviso na sua primeira leitura

Passos anuncia novos cortes antes das europeias
Expresso. 14:07 Segunda feira, 24 de março de 2014 Ângela Silva


Passos promete anunciar mais cortes antes das europeias
Ionline. Por Rita Tavares. publicado em 25 Mar 2014 - 05:00


Montenegro. “Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões” 
Ionline. Por Agência Lusa. publicado em 25 Mar 2014 - 14:13


PSD. Eventual redução de salários será compensada por diminuição de cortes
Ionline. Por Agência Lusa. publicado em 26 Mar 2014 - 17:54
(…)
NOTA:
Afinal, que ideia podemos fazer das intenções do Governo? Ou será que os governantes não têm intenções definidas e falam aquilo que lhes salta à boca sem terem pensado antes??? O Sr Deputado Luís Montenegro, como porta-voz do seu partido, parece querer difundir o que o seu Governo faz ou quer fazer de «melhor». Fica-lhe bem esse desejo, mas falta-lhe apoio, anda a nadar sem pé. Disse ontem que “Não é verdade que venham aí mais cortes de salários e pensões”, o que, aliás, contrariava palavras públicas do PM, Mas hoje já admite «eventual redução de salários». E que virá amanhã???


Passos diz que País conhecerá 'recuperação económica bastante importante' em 2014
Sol.26 de Março, 2014
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NOTA:
PORQUÊ ESTAS PALAVRAS DE OPTIMISMO depois de ter «prometido» mais cortes ? Tudo tem uma razão de ser e ela depende do lado de onde sopra o vento.
Talvez elas sejam motivadas pelo desejo de conquistar investimentos da comunidade portuguesa de Moçambique Realmente o dinheiro deles seria mais sincero e menos interesseiro do que o dos chineses da barragem das três gargantas. Mas receio que depressa os nossos compatriotas se sintam enganados e, depois dos primeiros cortes, arrepiem caminho e prefiram investir em terras africanas. As falácias não costumam ser bom material para construir os alicerces de um futuro estável, promissor e com êxito.


Mota Soares diz que redução de pobreza nos idosos mostra “aposta inequívoca” do governo
Ionline.Por Agência Lusa. publicado em 26 Mar 2014 - 17:18
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NOTA:
A POBREZA É AFLITIVA. O ministro Mota Soares conversou com os deputados sobre o problema da pobreza e, seguindo o fraseamento pomposo habitual nos governantes, falou de uma "aposta inequívoca na proteção aos idosos". Não disse irrevogável, disse apenas inequívoca! Mas não desapareceram os equívocos. Vale a pena ler a notícia, principalmente, os três últimos parágrafos.


PSD garante que ninguém vai ganhar menos no próximo ano
Iopnline. Por Ana Suspiro e Susete Francisco. publicado em 27 Mar 2014 - 05:00
(…)
NOTA:
MAIS UMA PROMESSA A JUNTAR A OUTRAS QUE FORAM ESQUECIDAS E RENEGADAS. Só acredita quem tem memória curta e não vê o jogo de palavras antes de eleições. O que conta não é apenas o valor do salário ou da pensão, mas o rendimento líquido mensal, depois de cortes, de aumentos de saques fiscais, do aumento dos preços de produtos e serviços essenciais. Com todos os saques agravados como já prometeu o PM e já admitiu Luís Montenegro, não interessa apenas o valor ilíquido de salários e pensões mas o valor global do rendimento líquido resultante. Sem poder de compra não se desenvolve a economia, sem um pouco de poupança não se dá aos bancos capacidade de empréstimos e o país não cresce. Não é com carros de luxo que se premeia o pequeno consumidor. Os «sábios» das Finanças ignoram totalmente a qualidade de vida da maior parte dos portugueses.

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