sábado, 17 de fevereiro de 2018

DINHEIRO É DEMÓNIO COM MUITOS FANÁTICOS


Dinheiro é demónio com muitos fanáticos
(Publicado no DIABO em 13-02-2018)

Portugal, por tradição, era um país que, sem ter religião de Estado, tinha a maioria da população católica. Mas a sociedade modificou-se ou degradou-se  e, hoje, os locais de culto  mais frequentados são os estádios de futebol. E, em vez o Deus dos católicos, grande parte da população está loucamente fanatizada pelo dinheiro, uma coisa demoníaca que, de objecto necessário e indispensável, passou a ser cobiçado, sem limites, por qualquer forma, sem olhar a respeito pela própria função, nem pelo dinheiro público nem pela própria reputação.

Já acontece haver juízes suspeitos de sujar as mãos, por pressão de pessoas amigas que os fazem esquecer a sua condição de dignidade, liberdade e independência, com valores éticos e desejos de perfeição. Também tem havido elementos de governo e de sectores da administração pública que se deixam tentar pela adoração de tal ídolo, como se diz da compra de submarinos, de vistos dourados, etc. O BPN e outros Bancos entraram em dificuldade por créditos concedidos a amigalhaços que não pagaram. Em IPSS e outras instituições houve problemas graves.O futebol deixou de ser um desporto para ser praticado com prazer e pelo prazer para movimentar monstruosas somas de dinheiro.

Os negócios já não têm por objectivo a eficiência e a vantagem na concorrência para beneficiar clientes e atrair mais, mas apenas para aumentar os lucros da sua contabilidade. Um exemplo disto é referido num texto que refere a dessalinização da água salgada dos mares que viria resolver os graves problemas de seca que ameaçam continuar a agravar-se, assim como o desenvolvimento das energias renováveis, mas que está condenada a não sair do estado das intenções por os potenciais investidores estarem mais interessados em continuar com a utilização dos produtos derivados do petróleo para as indústrias que dele se servem. Essa obsessão dos lucros e medo de arriscar ousar eventuais iniciativas de novação e desenvolvimento de melhores tecnologias que facilitariam a vida das pessoas e a preservação do ambiente contrariam a evolução. O jogo de interesses imediatos, para garantir os mais fabulosos lucros é imparável e não olha para os sacrifícios evitáveis das pessoas a quem são privadas soluções inovadoras e mais vantajosas.
Também o desenvolvimento dos automóveis eléctricos e de outros meios inovadores de transportes está a ser boicotado pela associação de comerciantes do ramo amarrada, sem imaginação, à antiquada dependência dos produtos petrolíferos.

Em muitos campos, os fanáticos pela moeda acabarão por falir, agarrados à sua teimosia sem criatividade, impedindo as pessoas de beneficiar de uma evolução apoiada nas mais modernas tecnologias mas, entretanto, vão resistindo. Apetece perguntar: porque não usam a inteligência e o seu poder financeiro para se dedicarem a novas modalidades, estimulando a investigação e a inovação com finalidade idêntica e alternativa à que agora têm mas mais vocacionada para o futuro? Porque preferem continuar na mesma rotina obsoleta até sucumbirem sendo vencidos pela previsível concorrência da inovação? Enfim, são fanáticos, obstinados carentes de capacidade para procurar estratégias modernas, inovadoras, e nem pensam em dar aos seus sucessores maior probabilidade de sucesso.
O fanatismo do dinheiro transforma-o num produto altamente tóxico gerador de guerras e outras tragédias e obrigando os seus detentores a uma vida de escravatura mascarada de pompa e fausto de exibicionismo. Mas há excepções como o milionário Bill Gates que distribui para fins de benefício social, grane parte dos seus rendimentos. E o nosso Cristiano Ronaldo que vai ajudando a família e pessoas com necessidade de apoio financeiro. A revista Exame publicou a lista de 15 milionários mais caridosos e filantropos, com Mark Zuckenberg no topo. Há quem se arrependa do erro da toxicodependência do dinheiro.

António João Soares
6 de Fevereiro de 2018

2 comentários:

João Santos Fernandes disse...

DESDE MOISÉS que a imagem do BEZERRO DE OIRO é venerada, surgindo hoje de novo a sua idolatria por um «poder financeiro» desregulado que poucos aludem, ora por medo, ora por ambicionarem fazer dele parte, como fiéis. Estamos longe do desenvolvimento das Colónias da Grécia Antiga com «dracmas» a fundo perdido, bem como de talassocracias comerciais fomentado a riqueza dos povos, desbrochando industrias extractivas e polos comerciais, ou gerando «ROTAS DA SEDA» por terras, fixando populações e enriquecendo os seus ADN's. Se os «colossos» de pedra eram a imagem de uma Antiguidade sumptuosa, o RENASCIMENTO EM ITÁLIA teve o seu último BEZERRO DE OIRO benéfico com grandes MECENAS, mas o POVO já não tinha a instrução dos «teatros gregos» e dos seus liceus, havendo uma IGREJA INQUISITORIAL que se via ameaçada LIBERDADES do pensamento e dos novos mercadores. ERAM OS TEMPOS DE CENTRALIZAÇÃO DA CUNHAGEM DE MOEDA dos novos ESTADOS-NAÇÃO da Paz de WESTFALIA (1648)que geraram novos SACERDOTES DO BEZERRO DE OIRO na Inglaterra, a tal ponto que enquanto o seu país perdia as batalhas da independência nos EUA eles colonizavam a sua BANCA, sendo ela hoje a RESERVA FEDERAL, o verdadeiro Estado dos EUA e influenciador da Banca MUNDIAL. Todos os seus «fiéis» tem as suas «hóstias» em «off-shores» e em «deslocalizações fiscais», porque, como no tempo de MOISÉS, pouco importa se o POVO atinge a TERRA PROMETIDA, com bem-estar social e PAZ, já que as TABUAS DA LEI lhe são adversas. SE é mais barato criar um conflito armado para vender armas, porque destruí-las nos prazos de validade sai mais caro, muito mais rentável se torna agregar aos «SACERDOTES» as «boas» indústrias farmacêuticas e agro-alimentares, fomentando tráficos ilícitos e escravaturas de toda a ordem. A aliança REAGAN-THATCHER ainda mais desregulou o «poder financeiro», esse que exterminou o preceito da emissão de moeda com o «PADRÃO-OURO» de sustentação, mas que pouco se importa, ontem e hoje, se o comércio do seu «OIRO» está nas mãos da Federação Russa e da Rep. África do Sul (RAS), antes URSS e RAS que esgrimiam (para «inglês ver»)a luta contra o RACISMO. Dizia um grande estadista mundial, já falecido: HÁ CINCO LUGARES ONDE SE LAPIDAM DIAMANTES: Amesterdão, Londres, Nova Delhi, Telavive e Nova Iorque. Sabiam os POVOS ANTIGOS DA EUROPA que só as CONFEDERAÇÕES E AS LIGAS TRAZIAM DESENVOLVIMENTO, como o fizeram os ETRUSCOS e as CIDADES-ESTADO e depois a CONFEDERAÇÃO HELVÉTICA, hoje de 24 CANTÕES. UMA UNIÃO EUROPEIA com hegemonias de deslumbramento e novos CONCEITOS DE SOCIEDADE, ou um GOVERNO MUNDIAL com 99% da HUMANIDADE EM POBREZA e SEM FORTE CLASSE MÉDIA, ir-nos-á trazer aquilo que consta LAVRADO NO ANTIGO TESTAMENTO, no Livro Génesis (6-Causas Dilúvio)):
....e FORAM NASCENDO MAIS RAPARIGAS, OS SERES CELESTES VIRAM QUE ESTAS ERAM BELAS E CADA UM DELES ESCOLHEU PARA SUA MULHER AQUELA QUE MAIS LHE AGRADOU...OS SERES CELESTES TINHAM CASADO COM AS FILHAS DOS HOMENS E TINHAM GERADO FILHOS. FORAM ESTES OS FAMOSOS HERÓIS DOS TEMPOS ANTIGOS...........será QUE VAMOS TER FAMOSOS HERÓIS nas próximas gerações???????????????
João Santos Fernandes

A. João Soares disse...

Caro Amigo João Santos Fernando,
Agradeço esta sua óptima lição que vem enriquecer a mensagem do meu texto dotado de muita simplicidade e cujo tema fica, assim, melhor explicado aos visitantes desta página. À pergunta que deixa no fim do seu texto, respondo com outra: Será que haverá muitas novas gerações nesta humanidade enlouquecida pelos donos do dinheiro e das armas que não querem ou não sabem em que ponto devem parar na luta pela sua ambição descontrolada? O fanatismo por esse deus, ou por essa droga altamente tóxica, parece estar carente de racionalidade.