terça-feira, 27 de março de 2018

PORTUGAL PRECISA DE MAIS UM SALTO EM FRENTE

Portugal precisa de mais um salto em frente
(Publicado no semanário O DIABO em 27-03-2018)

A história de Portugal é rica em momentos de alto valor que devem ser recordados com orgulho dos nossos antepassados.

-O desenvolvimento do interior, da agricultura e da floresta, por D. Dinis, de que sobressai a criação do pinhal de Leiria com «vista às naus a haver» que fizeram os descobrimentos e deram novos mundos ao mundo;

-Guerra da Sucessão com a Espanha, com a Batalha de Aljubarrota e outras em que se dignificou o Santo Condestável Nuno Álvares Pereira, no Reinado de D. João I;

-O início dos descobrimentos para dar «novos mundos ao mundo» e que foram um gesto recentemente citado, como o primeiro passo da globalização, isto é, do relacionamento entre os vários continentes do Planeta. Foram o aproveitamento dos pinheiros do Pinhal de Leiria na sequência do desejo estratégico (com olhos no futuro) de D. Dinis e da vontade e espírito inovador do Infante D. Henrique e que tiveram o ponto alto no reinado de D. Manuel I;

-A restauração da independência, em 1640 e a acção de D. João IV e dos militares que venceram as batalhas subsequentes, contra a reacção espanhola;

-A gestão da causa pública pelo Marquês de Pombal, firmemente dedicado aos interesses nacionais e que reconstruiu Lisboa após as destruições causadas pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755, com vistas largas inovadoras, com uma urbanização exemplar;

-Ao longo da nossa história, construíram-se edifícios e monumentos como a Torre de Belém, Jerónimos, Alcobaça, Batalha, etc;

-E, mais recentemente, a estabilidade e o desenvolvimento do País, durante o Estado Novo que, em 28 de maio de 1926, acabou com a bagunça da primeira república e procurou fazer a recuperação desta «Nação Valente e Imortal». Realizou a construção de obras de grande significado e valor como as numerosas escolas primárias na maior parte das aldeias do interior, em luta contra o analfabetismo, as estradas nacionais que passaram a ligar o litoral ao interior e o Norte ao Sul, para facilitar o desenvolvimento do interior e melhorar a qualidade de vida das populações mais desprotegidas, a construção de pontes de que são exemplos bem visíveis as sobre o Tejo e o Douro, os diversos quartéis militares, em estilo próprio, ainda hoje muito válido, quartéis para a GNR, esquadras de polícia, instalações para bombeiros, construção de Liceus, construção de Hospitais, construção de Tribunais, etc, etc,

Em todos estes momentos e noutros mais, foi bem notório que os responsáveis pela governação do país não se confinavam a chapinhar no pântano, com soluções pontuais e de efeitos limitados e rápidos, mas a projectar para um futuro melhor em benefício de um Portugal exemplar. O sentido estratégico, de inovação com vista ao desenvolvimento e enriquecimento do país com uma qualidade de vida cada vez melhor para os portugueses.

Com tal patriotismo e sentido criativo, foi criada uma posição de Portugal no mundo que, nalguns aspectos, ainda é notada, apesar dos recentes erros sucessivos cometidos nas últimas quatro décadas, em que foi destruído o volumoso tesouro amealhado durante as quatro décadas anteriores e, actualmente, estamos sem esse dinheiro e com uma dívida que durará várias dezenas de anos a pagar pelos vindouros. O actual regime herdou um tesouro e deixa de herança uma dívida assustadora.

A história mostra bem que quando aquilo que se faz, mesmo que pouco, é vocacionado para as décadas vindouras cria-se um prestígio que perdura por muitos séculos, mesmo que, entretanto, decorram períodos de infantilidade e imaturidade dos gestores. O contrário acontece com governos que prometem e não cumprem, apenas para iludir o povo e ter benefício em eleições, em campanhas ilusórias de propaganda manhosa e egoísta com desprezo pelo suor do povo.

Por isso, apesar da crise que vimos sofrendo, há alguns anos, por vezes de forma muito dolorosa, devemos ter esperança no aparecimento de novos governantes que sejam merecedores do nosso passado brilhante e tenham ideias aproveitáveis, concretizadas por planos e projectos que marquem uma nova era de prestígio e progresso nacional. Temos indícios muito auspiciosos no sector científico com investigadores nacionais com projecção internacional devido a êxitos promissores. Seria bom que no âmbito da política acontecesse o mesmo, e fossem feitas reformas estruturais do regime, a fim de sairmos do pântano das promessas falaciosas sem viabilidade de concretização e da fixação de datas incumpríveis que têm de ser alteradas como agora aconteceu acerca da limpeza das matas.

António João Soares
20 de Março de 2018

2 comentários:

Luis disse...

Amigo João,

Tive oportunidade de ler o teu artigo e estou 100% de acordo contigo e portanto discordando do artigo da Clara Ferreira Alves. Actualmente tudo quanto se refere à 3.ª Republica é que está certo e dizer mal do Estado Novo faz parte deste folclore. Em síntese o que passa na 3.ª e 1.ª Republicas o que têm de bom é muito pouco em relação ao muito mau que se fez ou tem feito, quanto ao chamado Estado Novo o que se fez de muito bom é muito superior ao muito mau que se terá feito!

Obrigado pela tua resposta e recebe um forte e muito amigo abraço,

Luís.

A. João Soares disse...

Caro Amigo Luís,

Compare-se as obras feitas desde o 25 de Abril, há 44 anos, com as que foram realizadas nos 44 anos anteriores. Pontes, hospitais liceus, escolas primárias em quase todas as aldeias, quartéis para as Forças Armadas, para bombeiros, instalações para a PSP e a GNR, etc E o que foi feito após a célebre data? Auto estradas a favor dos construtores que têm pouco movimento, vendas de empresas públicas, de património nacional, etc, etc. E a uma grande reserva financeira que fizeram desaparecer, sucedeu uma dívida que vai demorar décadas a pagar e, para isso, será necessária uma grande e profunda reforma no regime, talvez com um bom insecticida que nos livre destas pestes de corruptos e de exploradores de buracos (talvez intencionais) nas leis que não são iguais para todos, por favorecerem políticos, partidos e seus apaniguados.